O médico Gilson de Cássia Marques de Carvalho, 68 anos, considerado um dos maiores especialistas e defensores do SUS (Sistema Único de Saúde), morreu no dia 3 de julho em São José dos Campos. Ele foi um dos palestrantes no 15º Congresso Estadual dos Dirigentes Sindicais eTrabalhadores da Saúde, organizado em agosto de 2013 pela Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de Sâo Paulo.
Gilson Carvalho foi entrevistado pelo assessor do Sindsaúde de Jaú, Paulo César Grange, para reportagem da Revista Saúde da Federação -
Na entrevista, o médico resumia questão do atendimento, defendendo mais recursos para os trabalhadores da saúde. “Para ter eficiência tem que investir em pessoas. Não tem eficiência que não passa pelos recursos humanos. Temos que colocar dinheiro para as pessoas melhorarem.”
Sobre a suposta crise nas Santas Casas, disse Gilson Carvalho: “A base da crise é o financiamento. Temos que mudar isso se quisermos a sobrevivência das filantrópicas. Se não vai ser a morte de uma ideia que há muitos anos alimenta este País, o trabalho filantrópico em saúde.”
Veja a íntegra no site do Sindsaude – www.sindsaudejau.com.br – Ou baixe a Revista Saúde, nas páginas 26 e 27
Abaixo, trecho de reportagem publicada no jornal “O Vale”, de São José dos Campos:
‘Doutor Gilson’, como era conhecido o médico, morreu às 10h35, no Hospital Pio 12, em Santana, região norte da cidade. Ele estava internado desde o dia 20 de junho. Segundo o Boletim Médico do hospital, a causa da morte do médico foi “miocardiopatia hipertrófica”.
Familiares relataram que o médico sofria de câncer no rim direito e chegou a ser operado em Barretos (SP), de onde foi transferido para São José.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, representando a presidente Dilma Rousseff (PT), compareceu ao velório e lamentou a morte de dr. Gilson, de quem foi aluno. “É uma perda difícil de mensurar. Foi um mentor de toda uma geração de profissionais da área de saúde coletiva”, disse.
Paixão. Dr. Gilson foi Secretário Municipal de Saúde de São José dos Campos (88-92), secretário nacional de Assistência à Saúde no Ministério da Saúde, consultor do Conasems (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), professor da Faculdade de Medicina de Taubaté e, como convidado, em várias outras instituições públicas e privadas.
Destacou-se no cenário nacional pelo debate sobre a implantação e gestão do SUS (Sistema Único de Saúde), defendendo a participação social no controle e na formulação das políticas públicas na área, principalmente no financiamento da rede pública.
“Dr. Gilson foi um dos pilares do SUS, um dos grandes idealizadores do sistema”, disse o presidente da APM (Associação Paulista de Medicina) em São José dos Campos, o médico Sérgio Passos Ramos. Para Ramos, a prova da sua dedicação ao sistema público de saúde é que estava internado no Pio 12 pelo SUS.
Francisco Carvalho, filho de dr. Gilson, lembrou que seu pai era conhecido como “Dr. SUS” pelo trabalho em prol do sistema. “Ele era chamado de pai do SUS. Sempre defendeu a saúde pública, até o ultimo momento de vida”, afirmou. Médico pediatra e sanitarista, dr. Gilson era natural de Aracaju (SE). Viúvo, deixou cinco filhos e dois netos.