A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão consultivo do governo federal, deu parecer favorável para a produção da vacina contra a dengue da multinacional francesa Sanofi. O próximo e último passo é obter a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
"É uma situação de absoluta emergência para produzir tecnologias. Acho que a resposta que a CTNBio deu ao analisar esses processos com rapidez e cuidado atende ao que a sociedade esperava", disse o presidente da comissão Edivaldo Velini.
Para ele, a comissão agiu com a velocidade esperada pela sociedade por se tratar de um produto de grande interesse público.
A diretora médica da Sanofi Sheila Homsani disse à Folha que a empresa já respondeu a todos os questionamentos feitos pela Anvisa e que a aprovação é esperada para o final deste ano.
A aprovação na CTNBio significa que foi apresentada documentação mostrando que a distribuição e manufatura dos produtos biológicos segue as regras nacionais, aumentando as chances de os funcionários estarem protegidos e de os consumidores receberem um produto de boa qualidade.
A vacina da Sanofi é eficaz em 66% dos casos, sendo melhor em quem já teve dengue (82%) e pior em quem nunca teve (52%).
Para Homsani, a grande vantagem do produto é a redução do número de casos graves em cerca de 95% e de internações hospitalares em cerca de 80%.
INSTITUTO BUTANTAN
A vacina do Instituto Butantan ainda está na fase de ensaios clínicos e a CTNBio aprovou em agosto a liberação de comercial de organismos geneticamente modificados (OGMs) para vacina contra dengue. A fase 3 –realizada em milhares de pacientes– ainda depende de aprovação da Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) e da Anvisa.
Na ocasião da aprovação na CTNBio, Velini disse que o desenvolvimento da vacina da dengue pelo Instituto Butantan "é motivo de grande orgulho para a ciência nacional". A vacina é uma iniciativa conjunta com os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA.
Só no ano de 2015, até agosto, mais de 1,4 milhão de casos de dengue foram notificados, com cerca de 700 mortes.
Fonte: Folha de S.Paulo