O Governo de São Paulo decretou na manhã desta quarta-feira (19) situação de emergência por dengue em todo o território paulista. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) deve assinar o decreto nas próximas horas.
A medida permitirá a implementação de ações com maior agilidade, bem como a alocação de recursos adicionais do governo federal. A expectativa da gestão paulista é que a doença atinja o pico em meados de abril no estado.
“Saúde é tripartite. Precisamos dos três entes da federação com o mesmo foco, até porque o combate às arboviroses é um desafio gigante”, disse o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, 59 municípios paulistas já estavam com o decreto de emergência por dengue ativo. Conforme dados atualizados nesta quarta-feira, o estado registra 124.038 casos confirmados de dengue e 113 mortes. Há ainda 82.908 casos e 233 óbitos em investigação.
Durante reunião no COE (Centro de Operações de Emergências), o secretário também anunciou medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e cikungunya.
“A grande arma que temos para diminuir a entrada [da dengue] é eliminar criadouro. É igual guerra, você precisa ter estratégia”, afirmou.
Segundo Paiva, insumos e medicamentos não estão em falta, mas é preciso investir mais em salas de hidratação e, assim, evitar casos graves da doença.
“Compramos 30 milhões de itens há uma semana. Também compramos nebulizadores. Em alguns ainda vemos salas de hidratação muito tímidas. A grande arma que nós temos para diminuir os casos graves é a hidratação. Precisamos fazer diagnóstico e tratamento precoces para mudar a curva”, afirmou Eleuses Paiva.
Na comparação com o mesmo período de 2024, os números são menos expressivos. No ano passado, o estado tinha 198.657 casos e 160 mortes. A capital paulista havia registrado 37.715 casos e 28 mortes — em 2025 são 5.218 casos confirmados e uma morte por dengue na cidade de São Paulo.
Neste ano, a pior situação é encontrada no departamento regional de saúde de São José do Rio Preto, que engloba 102 municípios paulistas. A região contabilizava, até esta terça (18), 35.347 casos confirmados de dengue e 35 mortes.
Vacinação contra a dengue
Podem se vacinar contra a dengue crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos.
Na última sexta (14), o Ministério da Saúde autorizou todos os estados e o Distrito Federal a ampliarem a vacinação em casos em que o imunizante está próximo do vencimento.
Doses que estiverem a dois meses do fim do prazo de validade poderão ser aplicadas em pessoas de 6 a 16 anos ou remanejadas para cidades que ainda não fazem a vacinação. Já as doses que estiverem a um mês do vencimento poderão ser aplicadas em pessoas que tenham entre 4 anos e 59 anos, 11 meses e 29 dias — conforme indicação da bula.
Os municípios que quiserem aderir à estratégia deverão comunicar a vigilância epidemiológica do estado.
Na cidade de São Paulo, contudo, não está prevista a “xepa” da vacina contra a dengue pois, de acordo com Luiz Carlos Zamarco, secretário municipal da Saúde, as doses disponíveis começarão a vencer apenas em novembro na capital.
“Recebemos 600 mil doses e já aplicamos 400 mil no público indicado, que é de 10 a 14 anos. Não temos vacina nenhuma para vencer nesse intervalo”, disse Zamarco nesta segunda (17), durante a inauguração do novo pronto-socorro do Hospital São Paulo.
Fonte: ICL Notícias