O Sinsaúde participou na sexta-feira (24/01) do encontro “Perspectiva da Economia e do Emprego em 2025” com o vice-presidente da República e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, Geraldo Alckmin. O evento aconteceu na sede da União Geral dos Trabalhadores (UGT), em São Paulo, com a presença do diretor Jurídico do Sindicato, Paulo Gonçalves, e de representantes das entidades filiadas.
Alckmin abordou diversos aspectos relacionados ao cenário brasileiro. Com otimismo, ele destacou que 2025 será o ano do crescimento econômico do Brasil, com avanços na geração de empregos, maior fiscalização das agências regulamentadoras de energia, saneamento e transportes, por exemplo, além de melhorias nas políticas públicas na área da saúde e justiça social, neste caso, por meio de geração de empregos frente a novas tecnologias.
“Existe a necessidade de um diálogo contínuo entre governo, sindicatos e sociedade civil. Afinal, queremos o bem comum para garantir a igualdade social e melhorias nas condições de trabalho, em especial da categoria da saúde”, disse Paulo Gonçalves.
Economia
A taxa de desemprego de 6,1% registrada recentemente é a menor da série histórica no Brasil, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, e o ganho real dos salários dos últimos três anos, acompanhando a inflação, e, portanto, deve aumentar o poder de compra dos trabalhadores, como pontuou Alckmin.
“Acho que tivemos um bom ano em 2024. O desemprego esteve em 6,1%, essa é a menor taxa da série histórica. O salário mínimo teve ganho real em 2023, 2024 e em 2025, aumentando a massa salarial, ou seja, é um crescimento importante para o país. O PIB também cresceu em 3,5% no ano passado”, disse.
Apesar do otimismo, Alckmin também foi realista e disse que apesar do PIB da indústria ter crescido em 3,5% em 2023, o índice ainda não é bom, mas que é necessário considerar que essa também foi uma consequência atrelada a recuperação econômica após a pandemia do Covid-19. Alckmin disse que o Brasil tem uma dívida elevada, de 78% do PIB, do total de bens e serviços produzidos no país em um ano.
Essa relação entre dívida e PIB é um indicador importante da saúde fiscal de um país, indicando que o governo toma mais empréstimos para financiar suas atividades do que o ideal, o que faz aumentar os juros e impacta na redução de investimentos em áreas essenciais como a saúde. “Se fossemos um país europeu, não teria problema, mas somos um país emergente. Cada 1% da taxa Selic que aumenta, custa para rolar a dívida, por ano, 50 bilhões de reais. Ai, tem que cortar, 100 bilhões ali, 300 bilhões aqui”, disse. E lembrou, “O mundo inteiro se endividou na pandemia”, disse.
Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa de juros básica da economia brasileira, definida pelo Banco Central do Brasil, e representa os juros que o governo paga para tomar empréstimos no mercado financeiro por meio da venda de títulos públicos, impactando diretamente na inflação.
O vice-presidente também destacou que a inflação, que encerrou 2024 em 4,9% no acumulado dos 12 meses, e os juros, a segunda maior taxa do mundo, são os grandes desafios do atual governo.
“A inflação passou da meta de 3%, sendo que a tolerância é de 1,5% acima, e ela pode chegar até 4,5% e não pode passar disso. Passou um pouco por causa das questões climáticas”, disse.
Agronegócio
Segundo a visão otimista do vice-presidente, 2025 tem potencial para ser melhor em comparação com 2024, quando o PIB do Agro caiu 4%, por conta das mudanças climáticas, sendo que os setores que mais contribuíram com a economia brasileira foram, indústria, comércio, serviços. Ele ainda aposta que o clima estável no Brasil será propício, especialmente, para a produção de trigo e outros tipos de derivados para o setor de alimentação. “Essa é a boa notícia para este ano. A expectativa do clima é boa, então teremos aumento da safra superior a 8%. Vamos bater recorde e é evidente que os preços dos alimentos vão cair”, afirmou.
Empregos
Sobre a geração de empregos, Alckmin acredita que o setor de serviços e saúde, podem gerar mais empregos, mas não descarta que automação de todos os setores, com o uso de inteligência artificial e robótica, é uma realidade que vai desafiar o mercado de trabalho.
Saúde
Na área da saúde, o vice-presidente disse que, em 2025, será acelerada a produção de vacinas para atender todos os brasileiros. “Por enquanto, a distribuição está focada na população mais vulnerável e o trabalho do combate é coletivo”, pontuou.
Ainda sobre a saúde, o vice-presidente destacou a importância da regulamentação dos jogos online, que afeta a saúde mental da população. “Estava tudo à vontade, mas agora está regulamentado, mas ainda precisa apertar mais. Isso porque afeta o varejo, afeta as famílias”, disse.
Agências Regulamentadoras
Destacou sobre a necessidade de melhorar a fiscalização das agências reguladoras de saneamento, transporte e energia. “O estado era o executor de tudo. O estado deixa de ser o executor de tudo porque não tem dinheiro e fez os marcos regulamentadores por mandatos para não ter interferência política. Mas, para funcionar, é preciso fiscalizar para não ter prejuízos de milhões. No nosso governo, os contratos estão sendo auditados e fiscalizados”, afirmou.
Radicalismo político
Entre os diversos temas abordados durante o encontro, Alckmin expôs seus pensamentos referentes às questões de políticas radicais, como a extrema-esquerda e direita.
“Quando os jovens não têm perspectivas, os radicalismos prosperam. É preciso ter coragem para não ser radical. Porque o radicalismo não precisa de convencimento. Agora, a ponderação procura o bem coletivo”, disse no encerramento do encontro.
Acesse:
O evento foi transmitido ao vivo pela internet através da TV Comerciário e pode ser acessado no YouTube pelo endereço, @TvComerciarios.
Fonte: Sinsaúde Campinas e Região