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SinsaúdeJaú participa de curso da UGT sobre conjuntura: cenário melhor mas situação difícil para o trabalhador


18/09/2024

 

Presidente Edna Alves e diretora Sofia Borges participam da segunda rodada do Curso de Formação Sindical: mais trabalho de base para politizar categoria e mostrar que luta de classes continua

 

O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Jaú e Região está na sede da UGT, em São Paulo, marcando presença no Curso de Formação Política e Sindical promovido pela central sindical. A primeira etapa do curso ocorreu em agosto. Desta vez, são dois dias de debates – de hoje até quinta-feira. A comunicação sindical também será debatida.

O objetivo do encontro é que sindicalistas de todo o país apresentem casos de sucesso nas bases, cláusulas inclusivas nas convenções coletivas e troquem experiências que possam a ajudar o movimento a atrair de volta o trabalhador para as entidades.

O entendimento geral é que a conjuntura melhorou, por isso é preciso conquistar os trabalhadores que nos últimos tempos foram levados a crer que os sindicatos não são necessários.  Apesar de um cenário melhor do que entre 2016 e 2022 (reforma trabalhista, previdenciária, fim de direitos, caçada aos sindicatos...), a condição é complicada, principalmente de um congresso que atua em benefício próprio e em prol da classe patronal.

PRESENCIAL E ON-LINE – A reunião conta com   a presença in-loco da presidente Edna Alves e da diretora Sofia Borges. Pela UGT está conduzindo os trabalhos a vice-presidente Cleonice Caetano. A mesa foi composta pela própria Edna, pelo DIEESE (Fabiana). A primeira palestra foi do jornalista Miro Borges, que falou sobre a conjuntura.

CENÁRIO E CONJUNTURA

Na palestra no Curso de Formação Política e Sindical da UGT, o o jornalista, escritor e blogueiro Altamiro Borges (Miro), presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, deu ideias para os sindicalistas. Ele falou sobre conjuntura, que é a situação que estamos vivendo. A análise da conjuntura tem vários aspectos:  econômico, ambiental e outras.

Para analisar, é preciso partir dos fatos atuais. Numa reunião do Banco Central que aumente os juros, isso impacta na vida do trabalhador e no movimento sindical. Fatos concretos impactam o que cada sindicato faz. A eleição em dezembro vai impactar. Imagine ganhar candidatos da extrema direita.

 

PLANEJAMENTO - Além dos fatos é preciso contextualizar, ver as tendências, a base de atuação. Quais seriam as tendências do cenário? Assim, é possível planejar estratégias e não ficar apenas correndo atrás para corrigir. O movimento sindical fica, geralmente, correndo atrás do umbigo, dos prejuízos. “Não analisa a conjuntura e não planeja”.

Do ponto de vista da luta dos trabalhadores, a conjuntura é mais favorável, comparando com 2016 com o golpe contra a presidente Dilma, com a Reforma Trabalhista de 2017 (deforma, aliás, atacando direitos,  amordaçaram a justiça do trabalho e asfixiaram o movimento sindical).

De R$ 2 bilhões de arrecadação caiu para R$ 300 milhões. Um baque, um golpe contra tudo isso e contra as lutas sociais do país, que sempre ajudaram nas lutas de estudantes, de movimentos pela terra e outros. “Uma patifaria”.

“Desde então vivemos um período de trevas”, disse ele, incluindo o governo do Bolsonaro, que não conversava com o movimento sindical. Disse que não foi fácil, muitas campanhas contra o trabalho de base dos sindicatos, que passaram a ver o sindicato como algo ruim.

 

‘BOIADA’ NÃO PASSA - Hoje não temos um governo inimigo da luta sindical, pelo contrário, vem dos sindicatos, negocia com os sindicatos, criou comissões ministeriais para discutir trabalhos, salário mínimo, negociações coletivas. “Estamos respirando. É um governo que não deixa passar a boiada contra os direitos dos trabalhadores. Tem alguma resistência.”

´’É mais favorável ao movimento sindical para manter benefícios e evitar retrocessos”, mas as condições no mundo não são favoráveis, são complicadas. A situação no país é complicada ainda, mesmo com melhora da economia. Ações do governo, como valorização do salário mínimo e outras, mexem com a economia, o comércio, as indústrias, o emprego....

Projetos em prol do trabalhador quando vão para o Congresso não prosperam. Morrem. São poucos sindicalistas no Congresso. Entre 513 deputados temos 32 ligados aos trabalhadores. Realidade ruim num cenário melhor. O contexto é muito adverso, por isso precisa ter os pés no chão. São muitos os desafios no movimento sindical.

DESAFIOS  - Sem receita, como construir saídas? Os grandes desafios seriam três. Um deles, no debate de ideias na sociedade, derrotar a ultradireita. Não pode se esconder do trabalhador e mostrar que não dá para um trabalhador votar em quem é da extrema direita. “Você não pode votar em quem vai te ferrar, em quem quer retirar direitos dos trabalhadores... “

Segundo grande desafio: torcer para o governo Lula tiver êxito. Se esse governo afundar, o  que volta é a extrema direita que joga cadeira no trabalhador. Vai vir para negar as leis, negar direitos e tudo mais. O movimento sindical precisa pressionar para cobrar avanços.  Em todas as áreas, nos conselhos, para que promessas sejam alcançadas.

O terceiro é como o sindicato vai aproveitar esse momento para retomar a luta dos trabalhadores – os ataques dos últimos tempos fizeram os sindicatos perderem muito: renda, sindicalizados, direitos... Há uma baixa sindicalização geral – 8% apenas. Tem de aumentar isso, ganhar fôlego, musculatura e fazer campanhas de sindicalização.

É preciso politizar a base, não partidarizar. Não basta discutir a questão econômica, índices de reajustes.... é preciso mudar a relação de forças entre as classes, fortalecer e se relacionar com os movimentos sociais. E aprender a situação do mercado de trabalho, muito feminino e jovem. Acolher essa característica do mercado de trabalho.

Tem de buscar renovação, saber falar com essa juventude que está no mercado, comunicar de forma adequada. Buscar a reciclagem dos diretores antigos, que não podem achar que sabem de tudo. “Essas são algumas pistas, mas quem vai ter de construir as estratégias são os próprios sindicatos.”

 

 
 
Sindicato da Saúde Jaú e Região
Rua Sete de Setembro, 462 - CEP 17.201.-480 - Centro - Jaú - SP
Fone (14) 3622-4131 - E-mail: [email protected]