Oficina contou ainda com sindicalistas da saúde representando o Sindicato de Campinas e dirigentes, sindicais de varias partes do país e de diversas categorias, alguns na forma presencial e outros acompanhando de forma on-line
Desde a Reforma Trabalhista de 2017, passando pela Reforma Previdenciária de 2019 e por projetos de lei, o trabalhador tem visto suas conquistas históricas serem jogadas no lixo. A ofensiva dos poderes para cima dos trabalhadores pode eliminar direitos de décadas. Em contraponto, os sindicatos e centrais sindicais estão mobilizados em defesa das categorias que representam.
Nesta quarta e quinta-feira (28 e 29/08) a central UGT realizou mais uma etapa do Projeto de Formação Político-Sindical, em parceria com
Solidarity Center. O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Jaú e Região participou com a presidente Edna Alves e com a diretora Sofia Claudete Rodrigues Borges.
Nos debates, estratégias de comunicação com a categoria, caminhos para uma negociação coletiva mais ampla e digna, busca por mais sindicalizados e noções históricas sobre a luta dos trabalhadores marcada por perseguição e morte de quem lutava pelo coletivo desde antes da revolução industrial.
CLÁSULAS INCLUSIVAS – Uma das palestras, do técnico do Dieese Lui Ribeiro, foi sobre a conquista de algumas categorias nas chamadas cláusulas de inclusão, que beneficiam ou dão proteção a mulheres, negros, público LGBT, jovens em início de carreira, trabalhadores com idade acima de 40 anos e outras minorias.
Segundo ele, além das cláusulas financeiras, muitos sindicatos já conquistaram benefícios que promovem a igualdade no mercado de trabalha, sem preconceito de idade, raça ou sexo. Algumas já incluem cotas de trabalho para não-brancos e para pessoas com deficiências. E também proteções contra mulheres e pelo controle do assédio no trabalho.
LUTA DE CLASSES – Outros temas debatidos no Curso de Formação é a histórica luta de classes, incluindo a matança por fogo de mulheres dentro de uma fábrica por defenderem seus direitos. Essa luta de antigamente não se acabou, por isso o movimento sindical precisa seguir atento e nas bases para ter o trabalhador mobilizado contra ofensiva patronal, por meio dos representantes deles no Congresso..
A organização dos trabalhadores, as formas de luta, as diferentes maneiras de mobilizar o trabalhador em defesa de trabalho digno e justo, o histórico desprezo da elite para com os pobres trabalhadores fizeram parte de outra palestra importante. Antes, não se tinham direitos, não se tiram convenções coletivas, jornadas definidas de trabalho e sequer contrato de trabalho. Era quase que uma escravidão. Felizmente, o cenário mudou com a chegada dos sindicatos, a mobilização dos operários, as greves, a luta por salários decentes. Tudo isso, contra governos e empresas que se unem para combater os sindicatos fortes. “Os sindicatos são atacados como se fossem um mal. Imagina se de uma hora para outra todas conquistas fossem retiradas?”
LIDERES – Outra palestra, de Antonio Marx, uma liderança internacional do movimento sindical, abordou a necessidade de se ter líderes para fender os trabalhadores. Ele disse que os sindicalistas são líderes, mas precisam estar atentos a outros líderes dentro da categoria, de forma a tê-los ao lado da mobilização necessária para fazer frente à forças que tentam acabar com o sindicalismo e com a luta por dignidade aos trabalhadores.
Por fim, o presidente da UGT, Ricardo Patah, falou sobre a necessidade de o movimento sindical estar preparado para defender os benefícios, tendo ao lado a categoria. Segundo ele, muitos patrões agem para minar os sindicatos na parte financeira, estimulando a oposição às contribuições que ajudam a sustentar a atuação sindical.
No encerramento, os palestrantes Erledes Elias da Silveira, da coordenação política e sindical da UGT, e Suely Torres, jornalista que faz parte da equipe, falaram sobre “O Papel do Movimento Sindical Frente às Ofensivas do Congresso”. Ofensivas essas contra as forças democráticas e iniciativas em prol da sociedade mais carente. Tramita no Congresso dezenas de projetos que, no fundo, querem acabar com a proteção social conquistada na Constituição de 1988.