Parece que o mundo ainda vive no século 18. Além de não dar chance para negociação sobre direitos básicos dos trabalhadores como melhores condições de trabalho, sobrecarga, assédio, dentre outros, a Hapvida conseguiu uma liminar na justiça que impede a livre manifestação da categoria.

 

Uma decisão do tribunal em Fortaleza estabelece uma multa de R$ 10.000,00 se os trabalhadores fizerem uso de qualquer dispositivo de som. Para completar, os trabalhadores, representados pelo Sindicato da Saúde Ceará/Fortaleza, também estão impedidos de fazer manifestação em frente as unidades da empresa e a circulação só pode ser feita a 50 metros de distância das clínicas.

 

A atitude antidemocrática da Hapvida e a decisão do Tribunal fizeram o SindSaúde Ceará/Fortaleza  fazer um protesto silencioso por meio de um teatro mudo em frente ao Hapvida. As cenas retrataram a exploração e as tentativas de silenciamento do sindicato por parte da rede e denunciaram o desprezo da Hapvida, uma das empresas mais lucrativas do setor de saúde.

 

A Uni Américas, braço continental da Uni Global Union, entidade que representa mais de 20 milhões de trabalhadores, também lançou um manifesto de repúdio em nomes dos seus filiados. “Estamos todos revoltados com a atitude da Hapvida, tanto em Fortaleza como em todo o Brasil. Eles chegam no país e, ao invés de trazer melhores condições aos nossos trabalhadores, optam por nivelar por baixo tudo, salários e condições de trabalho”, reflete o presidente da Federação Paulista da Saúde – integrante da Uni Global -, Édison Laércio de Oliveira.

 

Na opinião dele, o movimento sindical brasileiro precisa reverter esse quadro com estratégias assertivas, mas com a participação ativa dos trabalhadores. “E estamos falando de uma empresa que lucra milhões e está investindo outros tantos na construção de novos hospitais. Sem participação da categoria, vão nos colocar cada vez mais para baixo”, avisa.

 

Conheça a íntegra do manifesto lançado pela Uni Américas/Uni Global.