No dia 9 de julho, quando é comemorado o Dia da Luta Operária, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), juntamente com outras centrais sindicais, o Centro de Memória Sindical, o Instituto Astrogildo Pereira, o Instituto Interamericano de Educação e Política (IIEP) e a Oboré, realizaram um evento significativo no Casarão do Sindicato dos Padeiros de São Paulo, localizado na Bela Vista. A cerimônia homenageou seis personalidades: Carlos Aparício Clemente, Maria Maeno e Isabel Peres, além de homenagens póstumas a Clodesmidt Riani, Valdir Vicente de Barros e Severino Almeida Filho, todos destacados na luta por uma sociedade mais justa.
Ricardo Patah, presidente da UGT, destacou a importância do evento para manter viva a memória dos esforços e sacrifícios feitos por trabalhadores e trabalhadoras ao longo da história para conquistar direitos que hoje são desfrutados. "Muitos pagaram o preço com a própria vida," disse Patah, sublinhando o valor histórico das lutas operárias.
Patah ressaltou que estamos vivendo um momento histórico marcado pela era da inteligência artificial, fake news, mudanças nas relações de trabalho e profundas alterações sociais. Esses fenômenos, segundo ele, culminaram com a ascensão da extrema direita em todo o mundo, algo que precisa ser observado e enfrentado com determinação.
Uma das homenagens póstumas foi dedicada a Valdir Vicente, falecido em 2021. Valdir foi preso e torturado pela ditadura militar, atuou como diretor da CNTI, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, secretário de políticas públicas e de assuntos de migração da UGT, além de ser um dos fundadores da central sindical. Ele foi agraciado com uma placa entregue a seu filho, Themistocles de Barros. Emocionado, Themistocles falou sobre a trajetória de seu pai, destacando como Valdir preservou a família dos perigos da luta sindical.
Os homenageados principais deste ano foram Carlos Aparício Clemente, sindicalista e metalúrgico, e Maria Maeno, médica da área de saúde e segurança no trabalho. Ambos receberam o Troféu José Martinez, uma homenagem ao sapateiro anarco-sindicalista baleado durante a repressão à greve geral em 9 de julho de 1917, e que faleceu dias depois.
Foram homenageados também e Isabel Peres, Clodesmidt Riani e Severino Almeida Filho.
Em 2024, o evento também marcou os 100 anos da Revolta Paulista de 1924 e os 60 anos do golpe militar de 1964. Essas menções reforçam a importância de recordar e refletir sobre os eventos históricos que moldaram a luta operária no Brasil.
O Dia da Luta Operária foi instituído pela Lei Municipal nº 16.634/17, de autoria do ex-vereador e hoje deputado estadual Donato, em memória da Greve Geral de 1917. A data simboliza a resistência e o esforço contínuo dos trabalhadores e trabalhadoras na busca por direitos e justiça social.
Este evento é uma celebração da história de luta e resistência da classe operária, reforçando o compromisso com a memória e a continuidade dessas batalhas fundamentais para a sociedade brasileira.
Fonte: UGT