As condições de trabalho e de vida dos cuidadores em nível mundial vão ocupar três dias de debates num evento promovido pela Uni Global/Uni Cuidados. Tendo como eixo principal, os “Sistemas Nacionais de Cuidados: um Compromisso Global para a formalização e representação de trabalhadoras/es de cuidados na América Latina”, o Congresso vai acontecer na Cidade do México, nos dias 15, 16 e 17 de novembro.
O presidente da Federação Paulista da Saúde, Édison Laércio de Oliveira, é um dos representantes do Brasil no evento. De acordo com Édison, é crescente o mercado de cuidados domiciliares em todo o mundo, seja porque as populações estão cada dia morrendo mais tarde e ainda pela evolução tecnológica. “A união destes fatores muda o mundo do trabalho e os cuidadores estão cada vez mais presentes no dia a dia do sistema de saúde. Entretanto, ainda carecem de organização e condições dignas de trabalho e também de vida, o que reflete no sistema de organização desses trabalhadores”, reflete ele.
Perfil
A UNI Cuidados (UNI Care), parte da UNI Global Union, representa mais de dois milhões de trabalhadores de cuidados em 50 países do mundo, incluindo centenas de milhares de cuidadores domiciliares. A atenção domiciliar (homecare) para idosos e pessoas com deficiência, definida como a prestação de apoio nas atividades da vida diária e o cuidado pessoal, inclui alimentar, higienizar, e acompanhar em todas as necessidades do cuidado.
A maioria dos trabalhadores de homecare é formada por mulheres, com remuneração de baixo valor, sem proteção trabalhista, devido a subvalorização desses trabalhos, e com isso fica fragilizado o poder de negociação. Esta situação não é inevitável: com a liderança do governo e sobre a base da experiência em diversas regiões do mundo, podemos construir sistemas de atenção domiciliar financiados com fundos públicos que oferecem alta qualidade a idosos, crianças e adultos com deficiências ao proporcionar trabalhos com salários dignos, benefícios sociais, capacitação e uma forte voz coletiva para os cuidadores.
“Com certeza vai ser um encontro muito proveitoso, do qual vamos participar ativamente, buscando formas de agregar mais valor a estes trabalhadores. O debate em nível mundial permite um grande avanço nas ações sindicais, por unir os sindicatos numa só voz em prol dos trabalhadores”, opina Édison de Oliveira.