Com o Tema Central “Negociação Coletiva com Clausulas Inclusivas e os ODS”, a Etapa II do Curso de Formação Político-sindical da UGT, em parceria com o Solidarity Center, para dirigentes das Regiões Norte e Nordeste, realizada nos dias 26 e 27 de Julho, no formato online, os participantes tiveram a oportunidade de debater questões fundamentais para as lutas dos trabalhadores/as diante da complexa realidade política e econômica do nosso país e do mundo.
O evento, que é coordenado pela Secretaria de Organização e Formação Político-sindical da UGT nacional, contou em seu Ato de Abertura com as presenças de Ricardo Patah, Presidente Nacional da UGT; Ana Júlia, Oficial de Programa do Solidarity Center no Brasil; Chiquinho Pereira, Secretário de Organização e Formação Político-sindica; Eliseu Araújo, da Secretaria dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da UGT; Gustavo Walfrido, Secretário de Qualificação Profissional da UGT e Erledes da Silveira, Coordenador de Formação da UGT. Todos foram taxativos em ressaltar a importância da Formação na luta dos trabalhadores/as, de quanto o Projeto de Formação tem contribuído para o fortalecimento dos sindicatos filiados à Central e assumiram o compromisso de continuar com o Projeto, dirigido para sindicalistas e trabalhadores/as de todo país.
Ao abordar o Tema “Negociação Coletiva – Panorama Geral”, o Sociólogo e Professor Universitário, Clemente Ganz Lúcio, destacou que há mais de um século a Organização Sindical é essencial para as lutas e vitórias coletivas dos trabalhadores/as, pois, as Convenções, Acordos ou Contratos Coletivos têm eficácia de Lei, o que é essencial para as inúmeras conquistas trabalhistas durante esse período. É fundamental registrar que as Negociações Coletivas garantem o Poder Regulador dos Sindicatos, e sem eles as trabalhadoras e trabalhadores brasileiros e do mundo, não teriam conseguido garantir direitos e conquistas, essenciais a uma vida com o mínimo de dignidade.
Já o Tema “Experiências Sindicais nas Negociações Coletivas”, que teve como mediador o Coordenador de Formação Político-sindical da UGT, Professor Erledes Elias da Silveira, foi exposto por Chiquinho Pereira, Secretário de Organização e Formação Política da UGT e Presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo; Davi Zaia, Vice-Presidente da UGT, Presidente da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul e por Luiz Carlos Silva de Oliveira, Secretário Nacional dos Servidores Públicos da UGT e Presidente da FESMEPAR foi muito rico e ilustrativo, pois os palestrantes abordaram inúmeros detalhes de suas experiências de como devemos proceder em uma Negociação Coletiva, para evitar as armadilhas dos patrões, garantir e ampliar as conquistas.
A Mesa Redonda que tratou do Tema “Cláusulas Inclusivas e os ODS nas Negociações Coletivas”, teve como mediadora a vice-presidente da UGT, Cássia Bufelli, e foi dividida em quatro subtemas: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com a palestra da Engenheira Civil, da Equipe de Formação da UGT, Cristina Palmieri; Saúde e Segurança no Trabalho, apresentado pela Vice-Presidente da UGT, Cleonice Caetano; Diversidade no Ambiente de Trabalho, palestra da Diretora do SIEMACO/São Paulo, Maria Aparecida da Silva; e Cláusulas Inclusivas, exposição feita pelo Técnico do DIEESE, Luís Ribeiro.
Durante as exposições dos quatro subtemas, os sindicalistas puderam aprofundar seus conhecimentos sobre os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, em particular o 8º Objetivo, que trata do trabalho decente em toda sua amplitude; sobre as experiências sindicais em garantir nas Convenções e Acordos Coletivos, Cláusulas Inclusivas que garantam direitos alusivos ao ambiente de trabalho e formas contratuais, de combate ao racismo, ao assédio Moral e sexual; cláusulas que assegurem amplos direitos aos trabalhadores/as LBGTQIA+; das mulheres e juventude, entre outros
O último Tema abordado, “Comunicação Sindical e Comunicação Digital como Instrumentos para Fortalecer a Negociação Coletiva”, mediado pela jornalista Suely Torres, também foi muito debatido pelos participantes. O professor Universitário e Mestre em Tecnologia da Informação, Ricardo Martins da Silva, avalia que a comunicação sindical passou por uma significativa evolução, com o avanço da tecnologia. Os sindicatos podem e devem utilizar as variadas ferramentas digitais, pois elas dão mais rapidez e agilidade nas informações, ampliam o alcance geográfico. Porém, é necessário tomar cuidado com a sobrecarga de informações e com o equilíbrio entre o digital e o presencial, entre tantas questões.
O Jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, Altamiro Borges, faz uma análise positiva da realidade brasileira, apesar das contradições e complexidades. Ele lembra que a menos de um ano, com o Bolsonarismo no poder, vivíamos em uma realidade obscura, onde os nossos direitos, os sindicatos, as políticas públicas e o país foram destruídos e que, no entanto, o Movimento Sindical conseguiu se manter firme e organizado. Ele ressaltou que para se construir uma Comunicação Sindical eficaz é preciso considerar essa ferramenta como Investimento e não como despesa. Além disso, é necessário que a Comunicação Sindical considere três questões: derrotar o fascismo (que avança no Brasil e no mundo); Avançar nas Mudanças realizadas pelo atual governo (aproveitar os espaços e o período de democracia para se colocar na luta de ideias); e Fortalecer a Organização Sindical (com sindicalizações e presenças constantes na base dos trabalhadores e trabalhadoras).
Fonte: UGT - 31/07/2023