Mais de 300 representações sindicais se reuniram na sede da União Geral dos Trabalhadores (UGT), sexta-feira (10), com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, para tratar de pautas de interesses de diversas categorias. O Sinsaúde foi representado pela sua presidente, Sofia Rodrigues do Nascimento, pelo diretor jurídico, Paulo Gonçalves e pela assessora de Comunicação, Sirlene Nogueira. Paulo destacou em sua fala a importância dos profissionais e a urgência para que se aprove o Piso Nacional da Enfermagem. “Nossa categoria trabalha com bem maior que é a vida. Estamos com um piso que os trabalhadores estão almejando que se concretize urgentemente”, disse.
Sofia aproveitou o evento para entregar um documento ao ministro reivindicando empenho do governo federal em publicar uma medida provisória para se destravar o piso. “A categoria da saúde é formada majoritariamente por mulheres. Garantir um piso da enfermagem decente significa melhoria de vida das famílias, mas valorização do sistema de saúde também”, pondera.
O ministro, cuja carreira está ligada ao movimento sindical, destacou que o trabalho da enfermagem é essencial e que o imbróglio com relação ao piso deve ser resolvido. “Tenho certeza que a luta levará a solução deste problema. O tempo que vai levar não sei dizer. Temos que tirar do bojo do judiciário e levar para as discussões das relações dos trabalhadores e entes federados”, avaliou.
Luta sindical
Luiz Marinho enalteceu os sindicatos como ferramenta crucial na defesa dos interesses trabalhistas. Chamou de “aberração” a possibilidade que a reforma trabalhista de 2017 trouxe de um acordo se sobrepor a lei em prejuízo ao trabalhador. “Muita gente fala do negociado sobre o legislado, eu falo que isso sempre pode, desde que fosse em benefício, nunca em prejuízo (do trabalhador)”, disse o ministro.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, reafirmou a necessidade do diálogo real do governo com os trabalhadores. Relembrou que na época da aprovação da reforma trabalhista, de 2017, as audiências aconteceram, mas o debate foi inútil, pois nada do que os sindicalistas disseram foi ouvido ou levado em consideração. ”As audiências foram um conjunto de ações para inglês ver, nada do que dissemos foi ouvido e hoje a reforma está ai. Não queremos revogação, queremos repactuar temas como a volta das homologações, a ultratividade, o fim do comum acordo, trabalho intermitente com regras”, elencou.
Em seu discurso, o ministro reforçou a importância do fortalecimento dos sindicatos e a necessidade de garantir sua viabilidade, convencendo os congressistas em aprovar “um marco legal que favoreça o custeio, o que pode ser chamado de contribuição negocial, e impedir a prática antissindical, que deve se tornar crime”, enfatizou.
Marinho ressaltou a obstinação do atual governo em gerar empregos e elencou algumas medidas para qualificação e requalificação dos trabalhadores, programas para baixar inadimplência e reduzir endividamento com objetivo de aquecer a atividade econômica, além da retomada de 14 mil obras paradas.
Fonte: Sinsaúde Campinas