Idosos, grupos de risco e pessoas com a vacinação em atraso são as que mais sofrem com a nova onda de covid-19. Cerca de 69 milhões de brasileiros não tomaram sequer a primeira dose de reforço da vacina, de acordo com o Ministério da Saúde. O atraso é ainda maior em relação às crianças. Soma-se a isso a circulação de variantes mais transmissíveis e o atraso do governo Bolsonaro em comprar vacinas mais modernas, chamadas bivalentes.
Entre as crianças, apenas 5,5% entre 3 e 4 anos tomaram duas doses de alguma vacina. Isso quatro meses após a aprovação do uso emergencial da Coronavac para esta faixa etária. Para os mais novos, existe a aprovação apenas para uso da Pfizer e em pacientes com comorbidades. De acordo com dados do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), são 5,9 milhões de crianças dessas idades. Apenas 324 mil estão imunizadas com a segunda dose da vacina, e 938 mil tomaram a primeira. Enquanto isso, casos e internações disparam em todo o Brasil.
Covid infantil
“O atraso na vacinação infantil contra a covid-19 é preocupante, uma vez que, até junho de 2022, o Brasil registrava média de duas mortes diárias por covid-19 entre crianças menores de 5 anos”, afirma a coordenadora do Observa Infância da Fiocruz, Patricia Boccolini.
Segundo levantamento do Ministério da Saúde, a estratégia de reforçar o calendário vacinal contra o novo coronavírus aumenta em mais de cinco vezes a proteção contra casos graves e óbitos pela covid-19. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária autoriza a vacinação a partir de 6 meses. Já a primeira dose de reforço (terceira dose) é recomendada para todos acima de 12 anos e deve ser aplicada após quatro meses da segunda dose ou dose única.
As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro iniciam amanhã (17) a vacinação de crianças de 6 meses a 2 anos com comorbidade e indígenas. As demais crianças ainda não possuem uma data certa, mas os pais interessados já podem inscrevê-las na “xepa”. Contudo, a covid-19 avança em ritmo acelerado nos dois estados. Apenas no Rio de Janeiro, na última semana, os casos cresceram 430%.
Em São Paulo, a Secretaria de Saúde anunciou hoje mais de 300 internações por covid-19. Trata-se do maior número desde 27 de julho. O índice de internações em UTI e enfermarias dobrou em 10 dias. Embora em elevação de internações e casos, o número de mortes diárias apresentou queda, variando entre 14 e 29 na últimas semana.
Fonte: Rede Brasil Atual