Na pandemia era “bate palminhas” para todos os lados, oração para os “anjos” da enfermagem, cartaz de apoio aos trabalhadores que estavam na linha de frente salvando vidas. Hoje, quando esperavam que a valorização seria creditada na conta, os profissionais da enfermagem vêem a Lei do Piso ser “pisoteada” pelos patrões.

O Sindicato da Saúde de Jaú e Região recebe a todo instante queixas de trabalhadores por não receberem o Piso Nacional da Enfermagem (PNE) ou por serem informados que não será em setembro que os novos valores serão aplicados aos salários. Uma reuni]ao extraordinária de diretoria foi realizada nesta sexta-feira para avaliar a situação e definir detalhes do manifesto e meios legais para enfrentar os patrões. Greve e ações judiciais são alguns dos meios de protesto em análise.

Vai ter protesto – Diante do descumprimento da lei e para defender o PNE, o Sindicato de Jaú agendou para o dia 9 de setembro uma manifestação na cidade. Será às 10h, no Jardim de Baixo, no centro da cidade.  “ Vamos reunir a categoria em protesto para exigir que o piso nacional seja cumprido. A população precisa saber que o trabalhador da saúde está sendo roubado em seus direitos”, diz a presidente do Sindicato, Edna Alves.

UNIMED NÃO PAGA – No dia 31 de agosto, quando trabalhadores da Unimed Jaú receberiam o Piso Nacional em seus salários veio a primeira “pancada” na enfermagem. O hospital não pagou o salário previsto na lei federal.  A justificativa é que seria preciso esperar o STF julgar o recurso dos patrões contrários ao piso nacional. Isso não é motivo: a lei está em vigor  e o salário novo deveria ter sido pago.

ENTIDADE PATRONAL – Na mesma semana O Globo divulgou que entidades patronais adotaram a estratégia de recomendar aos hospitais para que todos agissem contra a lei, ou seja, para não pagar o novo piso nacional a nenhum trabalhador da enfermagem.  Era uma “ordem” contra Lei do Piso. Assim, hospitais que se mobilizavam para pagar salários corretamente voltaram atrás.

SANTA CASA DE JAHU – Dia desses a Santa Casa de Jahu divulgou balanço expondo uma crise financeira, deixando claro que pagar o Piso Nacional não estava nos planos.  Depois, o mesmo hospital anunciou o rompimento do convênio com a Unimed, primeiro no pronto-atendimento e depois em todos os procedimentos. E no fim do mês começaram as demissões e os comentários de demissão em massa de enfermeiros e técnicos.

AMARAL CARVALHO – No dia 2, o Hospital Amaral Carvalho divulgou circular interna entre os funcionários avisando que não vai pagar o Piso Nacional no 5º dia útil do mês. Surpresa geral, tendo em vista que é tido como o hospital com mais recursos da região. O hospital informa que sem custeio por parte do governo federal não tem como pagar os novos salários. Diz que reconhece “o valor dessa conquista” e que está buscando meios para pagar o que a lei determina.

 

REPERCUSSÃO

Abaixo, algumas manifestações de associados em nossos grupos

“Enquanto muitos da enfermagem se expuseram e morreram durante a pandemia, todo mundo achou lindo e aplaudiu a enfermagem né? Mas na hora de remunerar um pouquinho melhor, aí não dá! Ninguém tem condições de pagar”

“Então, Sindicato faça valer a pena, já que dobraram o número de associados. Façam barulho, chamem a imprensa e expliquem que os hospitais não querem pagar. Coloque a população a favor da enfermagem!”

 

“Redução no atendimento, quem mais está acreditando nisso. Pouca vergonha chorando dessa forma. Se a classe médica pedir aumento é na hora que dão, agora valorizar a mão de obra que mais se sacrifica não pode, um hospital que recebe a verba que recebe, as ajudas que tem hiper saúde, e ainda com a ONA  que aumenta o repasse Sus , isso sim é algo vergonhoso”

 

Repercussão em página que noticiou demissões na Santa Casa de Jahu

“Muito triste essa notícia Agora coitados dos que ficarem, já trabalham sobrecarregados , agora vai piorar . Quanto ao aumento do salário é mais do que justo a enfermagem merece , pois trabalham com vidas que é uma baita responsabilidade. Sou da enfermagem e sei o quanto essa profissão é dedicada ... Deus por nós”

 

“O responsável é o governo federal que autorizou o aumento e NÃO repassa as Verbas,a Santa Casa não é comércio e não tem como acertar as contas”

“Justo na vez desses anjos serem abençoados com um salário digno e justo, acontece uma dessa.

Meu Deus quanta injustiça, porque isso agora”

 

“Muito triste saber quê os enfermeiros que até agora ficaram na linha de frente da COVID salvando vidas... lutando vão ser demitidos , a hora quê iam receber a recompensa de um salário digno são demitidos muito triste”