Atividade reuniu centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais das três regiões

 

A sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bauru e Região (Sintracom), na zona central bauruense, reuniu cerca de 100 pessoas para o lançamento do Comitê Regional de Luta de Bauru, Marília e Ourinhos, no início da noite desta quarta-feira (13).

Lideranças sindicais, partidárias e de movimentos populares, cada qual com seus bonés, camisetas, coletes e bandeiras, ocuparam todas as cadeiras do auditório do sindicato localizado em um prédio de construção sustentável à Rua Monsenhor Claro, 5-31, na cidade onde a numeração dos imóveis é um pouco diferente, já que segue como regra o número da quadra mais a quantidade de metros a partir do início de cada quarteirão.

Entre as entidades estiveram a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), além de representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), do Coletivo Rosa Luxemburgo, de partidos políticos e de sindicatos de diferentes categorias e municípios do entorno.

O principal objetivo dos comitês, inaugurados em todo país, é reunir a sociedade, dialogar sobre a conjuntura política, econômica e social, assim como propor ações conjuntas para melhorar a vida da população brasileira, explicou o secretário-geral da CUT-SP, Daniel Calazans.

“Vamos organizar quem já está na luta, mas também mobilizar o maior número de pessoas que defende os valores democráticos, como o fim da fome e a inclusão de todos e todas para garantir o acesso ao emprego, à saúde e à educação”, disse.

Coordenador regional da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Refeições Coletivas de Bauru e Região (Sinterc), Francisco Viana destacou a unidade entre as entidades.

“Existe um pacto nacional das centrais sindicais pelo fim desse desgoverno e pela retomada dos direitos dos trabalhadores que têm sido tirados cada vez mais”

Pelo Sindicato da Saúde de Jaú e Região (Sindicato da Saúde), a presidenta Edna Alves defendeu a saída de Jair Bolsonaro (PL) da Presidência da República. “Hoje a população está doente e não tem quem cuide dela”, afirmou a dirigente da UGT.

Da mesma forma, Rita Tavares falou sobre a necessidade de promover mudanças a partir das eleições em 2022. Diretora do Sindicato dos Empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de Bauru e Região (Sindecteb) e representante da CTB, a dirigente falou sobre a importância dos investimentos em serviços públicos e contra a privatização dos correios.

Lembrando os ataques de Bolsonaro contra partidos políticos de esquerda e movimentos sociais, sistematicamente demarcados em seus discursos, o representante do MST, Antônio Gringo de Assunção, falou sobre a importância da mobilização popular.   

 “Esse maluco que se apropriou da cadeira da Presidência da República disse que iria nos eliminar, essa foi a promessa dele. Os comitês são uma excelente ferramenta de luta da classe trabalhadora”.

Regiões mobilizadas

Padre da cidade de Ourinhos (SP), Renan Felipe Assumpção, animou o auditório e recebeu aplausos ao dizer “Fora Bolsonaro”. Segundo ele, “a igreja católica não pode se calar. Se o povo sofre, passa fome, a igreja também sofre com seu povo”.

Coordenador da subsede da CUT-SP em Bauru, Flávio Coutinho, destacou que o comitê promoverá atividades envolvendo municípios como Jaú, Botucatu, Lins e Assis, além de dezenas de pequenas cidades próximas.

“O comitê nos permite falar sobre a realidade local, o desemprego, a fome, a pobreza e o péssimo governo de Suéllen Rosim [Patriota] que não dialoga com seu povo e hoje passa por um processo de cassação de seu mandato”, afirmou.

Para o coordenador da subsede da CUT-SP em Marília, Arlindo Rodrigues da Cruz Junior, as cidades devem se unir para promover discussões sobre a conjuntura nacional e local.

Localizada na região Centro-Oeste paulista, distante 443 quilômetros da capital, Marília vive sob a gestão do prefeito Daniel Alonso [PSDB] que, de acordo com o dirigente, tem seu olhar voltado aos bairros nobres e do centro, não priorizando as periferias.

Diante dessas realidades, o coordenador da subsede da CUT-SP em Ourinhos, Cesar Augusto Macedo, falou sobre a relevância estratégica do comitê regional, incentivando a sociedade a mudanças, principalmente após todas as perdas de diretos no Brasil. “Precisamos resgatar a dignidade da classe trabalhadora.”

Nas ruas

Durante a tarde dessa quarta-feira, 13 de julho, entidades sindicais e movimentos populares também entregaram materiais informativos sobre os altos preços dos alimentos e da vida no Brasil.

Secretário de Relações do Trabalho da CUT-SP, Wagner Menezes, mais conhecido pelo apelido de ‘Marrom’, dialogou com a população em frente à Câmara Municipal de Bauru.

“Ouvimos o povo bauruense sobre as dificuldades que a cidade enfrenta, ainda mais com a má administração da prefeita local e das medidas equivocadas de sua política antes, durante e depois da pandemia de covid-19. Os comitês são espaços para falar sobre isso e organizar a luta na cidade”, finalizou.

FONTE: https://sp.cut.org.br/noticias/bauru-marilia-e-ourinhos-lancam-comite-regional-de-luta-6f60