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Fome voltou ao Brasil a partir do golpe de 2016, afirmam economistas


06/06/2022

 

 

 Ao contrário do que diz reportagem da Folha de S.Paulo, a fome no Brasil não começou em 2014, portanto, no governo da presidenta Dilma Rousseff. A fome voltou depois do golpe de 2016 - que sempre foi contra o povo, como denunciou a CUT -, afirmaram as economistas Tereza Campello e Sandra Brandão, em artigo publicado no mesmo jornal, nesta sexta-feira (3).

 
"A fome voltou ao Brasil a partir do golpe de 2016, que a um só tempo solapou a democracia e deu fim a um auspicioso período de construção de políticas de combate à fome e à pobreza e garantia de segurança alimentar", escrevem Tereza Campello, que foi ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, nos governos da ex-presidente Dilma Rousseff; e Sandra Brandão, que foi chefe do Gabinete de Informações da Presidência da República de Dilma. 
 
As autoras enfatizam que "em 2014, ao informar a saída do Brasil do Mapa da Fome, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) associou o feito histórico à estratégia que combinou aumento da oferta de alimentos e da renda dos mais pobres, geração de emprego, programas Bolsa Família e de merenda escolar à governança na área de segurança alimentar, com transparência e participação da sociedade". Campello e Brandão denunciam: "Todos os programas dessa estratégia foram progressivamente fragilizados ou abandonados após o golpe de 2016".
 
"Com Michel Temer e a emenda constitucional 95, que congelou os gastos sociais, teve início o desmonte da estratégia reconhecida pela ONU. O desemprego passou para a casa dos dois dígitos desde 2016 e cresceu a parcela de trabalhadores sem direitos trabalhistas e com renda baixa e instável. A reforma trabalhista não produziu mais emprego, mas resultou em mais precariedade e insegurança. A não correção dos benefícios do Bolsa Família diminuiu sua capacidade de sustentar a renda dessa parcela de brasileiras e brasileiros".
 
"Com Jair Bolsonaro, o desmonte foi aprofundado. Ele extinguiu o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), espaço de participação social e debate das principais políticas de segurança alimentar do país. Não elaborou o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para 2020-23 e paralisou a instância federal coordenadora de ações em diferentes setores, deixando a área acéfala".
 
“Para superar a fome novamente, o Brasil precisará voltar a crescer, é certo, mas precisará também reconstruir e aprimorar políticas públicas”, concluem as autoras.
 
 
Fonte:  Redação CUT / Foto: Leonardo França/BDF - 03/06/2022
 
 
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