Neste dia 12 de maio comemoramos o Dia Internacional da Enfermagem e é impossível passar pela data sem parabenizar esta classe que trabalhou tanto pela população durante um dos piores momentos do último século, a pandemia da Covid-19.
A data foi escolhida em memória do nascimento de Florence Nightingale, a fundadora da enfermagem moderna. A professora de enfermagem Carolina Prado explica o protagonismo da profissão durante o combate ao coronavírus. Ela afirma que a enfermagem não tem como curar as doenças, mas cuidar do paciente, por isso foi, e é, tão importante.
“O foco da Enfermagem não é a cura de doenças e sim o cuidado ao ser humano na sua integralidade, buscando atender as respostas humanas, sejam elas físicas, psicológicas ou espirituais, dessa forma, a enfermagem realmente foi a protagonista durante a pandemia, pois a Covid-19 se tratava de uma doença que não tinha cura”, afirma Prado.
Carolina conta que a pandemia trouxe maior visibilidade ao cotidiano do enfermeiro, porém o preço foi caro a se pagar, com diversos profissionais da saúde expostos ao vírus de forma tão visceral, muitos perderam a vida durante a batalha contra o vírus. Além disso, o cotidiano dos profissionais foi afetado gravemente.
“A carga de trabalho aumentou exponencialmente. Muitos enfermeiros e técnicos de Enfermagem tiveram que se isolar, ficando longe de seus familiares para protegê-los enquanto cuidava de seus pacientes, pessoas estranhas, a maioria se submeteu a longas jornadas de trabalho, muitas vezes em instituições de saúde diferentes”, explica.
Prado também conta que os profissionais ainda tiveram que lidar com os problemas de superlotação dos serviços de saúde, falta de insumos como respiradores e medicamentos, a alta taxa de gravidade e mortalidade dos pacientes e a forma solitária como eles faleciam, levou muitos profissionais a desenvolverem estresse agudo, ansiedade e até mesmo, depressão e suicídio.
A profissional ainda conta que apesar da maior visibilidade nesse momento, ainda há pontos que pesam e precisam ser melhor analisados, como a remuneração da classe e a valorização por parte da população. “Considero que a enfermagem ainda é pouco conhecida pela sociedade. Muitos não sabem, por exemplo, que existe o Enfermeiro (profissional de nível superior) e o técnico de enfermagem (profissional de nível médio) ou desconhecem que somos profissionais autônomos e que nossa atuação não depende de outras classes profissionais”, analisa.
No entanto, a professora de enfermagem analisa que há um futuro promissor para a categoria, com maior autonomia profissional. “Ramos da saúde que antes eram pouco explorados pelos enfermeiros, hoje estão cada vez mais comuns, como os consultórios de enfermagem para tratamento de feridas, enfermagem estética, consultórios de enfermagem obstétrica, de enfermagem psiquiátrica, de aleitamento materno, as empresas de homecare e consultórios de terapias integrativas e complementares em saúde, entre outros, tudo isso dentro dos limites éticos e legais da nossa profissão”, conta Prado.
Fonte: Jornal da Manhã