A União Geral dos Trabalhadores (UGT) e o Sindicato dos Comerciários de São Paulo (SECSP) realizaram, na manhã desta quarta-feira (06), o Seminário Convenção 190 OIT (Organização Internacional do Trabalho): por um mundo do trabalho livre de violência e assédio.
O evento, que aconteceu na sede do Secretariado Nacional dos Trabalhadores no Comercio e Serviços (SENTRACOS), em São Paulo, reuniu representantes de sindicatos de diversas categorias profissionais para debater a Convenção 190 da OIT, que trata da eliminação da violência e do assédio no mundo do trabalho.
Organizado por Rosilania Correia Lima, diretora do Sindicato do SECSP, o seminário contou com a presença de Ricardo Patah, presidente nacional da UGT, José Gonzaga da Cruz e Edson Ramos, respectivamente, vice-presidente e secretário Geral do SECSP, Francisco Pereira (Chiquinho), presidente do Sindicato dos Padeiros de SP e Secretário Nacional de Organização, Formação e Políticas Sindicais da UGT, Amauri Mortágua, presidente da UGT-SP, Victor Pagani e Fabiana Carla da Silva Campelo, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), entre outros.
O seminário aconteceu de forma híbrida, presencial e virtual, por meio de transmissão ao vivo realizada pelo Youtube do Sindicato, onde ficará arquivado. Para rever o debate, basta clicar aqui.
Em sua fala, Ricardo Patah reforçou a importância das mulheres em todas as esferas sociais e lembrou que, no mundo do trabalho, todos falam da importância da equidade de gênero, mas são atitudes que ficam somente nas palavras e nos aplausos e que, é fundamental que sejam realizadas ações mais concretas para resolver esses problemas.
“Precisamos ter a responsabilidade para construir patamares que possam extirpar os assédios (moral e sexual) da nossa sociedade”, explicou o Sindicalista.
José Gonzaga relembrou diversos casos de violência, como em 2014, que durante a copa do Mundo do Brasil todos os trabalhadores tiveram folga, para acompanhar a competição, menos os (as) Comerciários (as), além de ressaltar as diversas formas de assédios que ocorreram durante a Pandemia.
Neste período pandêmico, diversas foram as formas de assédio e violência que as mulheres enfrentaram, entre elas, as agressões promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro ou membros da sua família, como aconteceu as jornalistas Patrícia Campos Mello e Miriam Leitão, mais recentemente.
Amauri Mortágua abordou este assunto ao relatar que se quem está no poder, que deveria dar o exemplo, promove e incentiva essa prática, o que esperar em relação ao assedio moral. “Hoje temos um presidente que prega que trabalhadores têm que abrir mão de seus direitos para ter emprego e não respeita as mulheres, será que essa pessoa vai combater Assédios?”.
Durante o evento, os participantes debateram os anos de governo Bolsonaro e avaliaram sua atuação em relação ao bem estar da classe trabalhadora. “O Seminário é sobre a Convenção 190 da OIT que trata de assédio e violência no local de trabalho, mas também na sociedade como um todo. O assédio moral é algo institucional e está impregnado na cultura das instituições públicas e empresariais, precisando ser olhado como fenômeno social mais amplo”, disse Victor Pagani.
“Quando a gente tem alguém na presidência da república, instituição mais importante do País, que cotidianamente agride mulheres, a população LGBTQIA+, os negros, qual é o exemplo que está sendo dado, é isso que temos que ter em mente e trabalhar para mudar”, concluiu o representante do Dieese.
Fonte: UGT