A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), órgão do Ministério da Saúde, recomendou a inclusão do primeiro medicamento para tratar a Covid-19 no SUS.
Na edição desta quinta-feira (31) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou que o remédico já foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro de 2021, e que já é usado para o tratamento de artrite.
“Sabemos que há necessidade de manejar um processo inflamatório, esse medicamento tem um papel importante na modulação. O que se observou, é que ele tem impacto no tratamento contra a Covid”, disse Gomes.
O Olumiant (baricitinibe), da farmacêutica Eli Lilly, é indicado para o tratamento da Covid-19 em pacientes adultos hospitalizados que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva.
Segundo o neurocirugião, a utilização hospitalar acaba sendo importante. “A grande novidade aqui é que o SUS reconhece o medicamento e disponibiliza para o tratamento de pacientes de Covid. Existe todo um processo de protocolo assistencial e orçamento”, explicou o médico.
A aprovação foi baseada em dois estudos clínicos randomizados, duplo-cegos, controlados por placebo envolvendo cerca de 2.500 pacientes no mundo. O estudo COV-BARRIER, que avaliou Olumiant de 4mg em comparação com placebo, demonstrou uma redução potencial de 38% da mortalidade em 28 dias de tratamento.
Gomes também falou sobre a aprovação do segundo medicamento oral contra Covid. “O medicamento é recomendaro para adultos sem oxigênio suplementar e com risco de Covid grave”, explicou.
A autorização temporária de uso emergencial, em caráter experimentaldo medicamento Paxlovid (nirmatrelvir + ritonavir) para tratamento da Covid-19 aconteceu após decisão da Diretoria Colegiada da agência.
O neurocirugião, no entanto, ressaltou que os medicamentos são reforços contra a Covid, não preventivos.
“A vacina é algo universal que ajuda todo mundo desenvolver anticorpos e combater o vírus. O uso desses [dois] medicamentos não substitui a ideia universal da vacinação”, explica Gomes.
Fonte: CNN