Desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020, até esta sexta-feira (10), o mundo já soma 5,2 milhões de mortes, 268 milhões de contaminações e ao menos sete variantes do novo coronavírus. Os números são da Universidade Johns Hopkins, e mostram o panorama de uma tragédia sanitária em escala global, onde a vacina surge como a medida mais promissora identificada pela ciência para cessar esses dados.
Porém, nos 21 meses de pandemia, diversos medicamentos e tratamentos foram estudados por cientistas como alternativas no tratamento contra a Covid-19, muitos destes já descartados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como efetivo no tratamento da doença.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem uma lista de estudos clínicos autorizados, com dezenas de medicamentos e vacinas, que eventualmente podem vir a contribuir no combate ao novo coronavírus.
Até o momento, a agência reguladora do Brasil já liberou seis medicamentos para auxiliar no tratamento contra a Covid-19, ou seja, remédios a serem aplicados por profissionais da saúde em pacientes já contaminados em determinados contextos.
Dentre os medicamentos descartados como efetivos na doença estão a hidroxicloroquina, a ivermectina, a azitromicina e o tratamento com plasma convalescente (transfusão de sangue de paciente que já teve Covid-19). Confira:
Plasma convalescente
A OMS desaconselhou o uso de plasma convalescente para Covid-19; o alerta foi divulgado nesta segunda-feira (6).
“O plasma convalescente (uma transfusão de plasma sanguíneo de alguém que se recuperou de Covid-19) não é recomendado para pacientes com Covid-19”, afirmou um grupo de especialistas internacionais de desenvolvimento de diretrizes da OMS.
“Apesar de sua promessa inicial, as evidências atuais mostram que ele não melhora a sobrevida nem reduz a necessidade de ventilação mecânica e é caro e demorado para administrar”, acrescentou a OMS.
Com isso, a Organização fez uma forte recomendação contra o uso de plasma convalescente em pacientes com doença não grave, e uma recomendação contra seu uso em pacientes com doença grave e crítica, exceto no contexto de um ensaio clínico randomizado .
“As recomendações são baseadas em evidências de 16 estudos envolvendo 16.236 pacientes com infecção Covid-19 não grave, grave e crítica. Eles são parte de uma diretriz viva, desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde com o apoio metodológico da MAGIC Evidence Ecosystem Foundation, para fornecer orientação confiável sobre o manejo de Covid-19 e ajudar os médicos a tomarem melhores decisões com seus pacientes”, declarou a OMS.
Hidroxicloroquina
Em março deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que a hidroxicloroquina não funciona no tratamento contra a Covid-19 e alertou ainda que seu uso pode causar efeitos adversos. O medicamento passou por uma análise de um grupo de especialistas e pacientes e recebeu “forte recomendação” contra o uso no combate ao coronavírus.
O grupo de 32 debatedores da OMS classificou a ineficiência da droga para tratamento de Covid-19 como de “alta certeza”. Eles sugeriram ainda que “os financiadores e pesquisadores devem reconsiderar o início ou continuação dessas experiências”. O documento foi publicado pela revista científica The BJM.
Ivermectina
Também em março de 2021, a OMS recomendou que a ivermectina não fosse utilizada para o tratamento de pacientes com Covid-19. Segundo a entidade, a eficácia do medicamento não foi comprovada. Uma publicação da OMS com diretrizes terapêuticas, sugere que o medicamento só seja administrado em ensaios clínicos.
Segundo o documento, os dados coletados para medir a eficácia da Ivermectina não produziram resultados conclusivos.
Janet Diaz, que lidera a equipe de resposta clínica ao coronavírus na OMS, reiterou que a droga não é recomendada independentemente da gravidade ou duração dos sintomas provocados pelo coronavírus.
Azitromicina
Um estudo da Universidade de Oxford concluiu que a azitromicina e a doxiciclina não são eficazes para tratar os sintomas iniciais da Covid-19. A pesquisa foi feita por uma plataforma de estudos da Oxford iniciada em março deste ano, que estuda possibilidades de tratamentos precoce contra o novo coronavírus.
Foram analisados 526 pacientes que tomaram azitromicina e 728 pacientes que tomaram doxiciclina, todos com mais de 50 anos. Os resultados mostraram que não há benefício significativo no tempo de recuperação de pacientes que tomaram os medicamentos.
Fonte: CNN