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A comunicação Sindical é uma Ação Política


26/08/2021

“Em 27 de maio de 1933, começou a circular em São Paulo o jornal antifascista O Homem Livre. A iniciativa de um grupo de intelectuais trotskistas, comunistas e anarquistas visava combater o fascismo que ganhava corpo no Brasil.” 

Com a informação acima, o Consultor em Comunicação e Marketing Sindical e Político, Jornalista João Andrade, iniciou a primeira exposição do último dia, do primeiro Módulo do Curso de Formação Político-sindical, aplicado aos dirigentes da Região Sudeste. A segunda palestra foi ministrada pelo Professor e Sociólogo, Erledes Elias da Silveira, Coordenador Executivo da Secretaria de Organização e Formação Político-sindical, da União Geral dos Trabalhadores (UGT) que, em parceria com o Instituto Solidarity Center (AFL-CIO), tem realizado inúmeros cursos e seminários, reforçando a importância do Conhecimento como ferramenta essencial à luta dos trabalhadores/as, em defesa dos direitos e por uma vida digna.
 
O tema “Como usar as Ferramentas da Comunicação e os Conteúdos, de forma a Atender os Objetivos Políticos e Organizativos dos Trabalhador/as”, ministrado pelo jornalista João Andrade, teve como moderadora a Jornalista Suely Torres. O tema da segunda palestra/aula “Planejar para Organizar: A Importância do Planejamento Estratégico das Ações Político-sindicais e Sociais”, foi exposto pelo professor Erledes Elias da Silveira e teve como moderadoras a professora Luciana Nascimento e Ana Paula, assessora de comunicação e marketing.
 
Em uma conjuntura de grave crise política, econômica, social e sanitária como a que estamos enfrentando; com um governo e um Congresso Nacional, onde a maioria apoia as atrocidades do presidente, é imperativo que o Movimento Sindical responda a seguinte questão: “A COMUNICAÇÃO que estamos promovendo, dialoga com toda essa CONJUNTURA?”, indagou o jornalista João Andrade.
 
Estamos vivendo um período de incertezas, onde o governo Bolsonaro tem promovido, constantemente, condutas e práticas antisindicais; a precarização das relações de trabalho; a desindustrialização; o desemprego; a volta da carestia de vida; a destruição do meio ambiente; uma política negacionista de combate à Pandemia; o fundamentalismo religioso; o machismo; a misoginia; o racismo; a xenofobia; a homofobia e a transfobia; entre outras políticas que disseminam o ódio, o individualismo, o combate às ações coletivas e solidárias.
 
Portanto, mais do que nunca, a Comunicação Sindical tem relevância estratégica na luta dos trabalhadores/as na atualidade. E, além de informar sobre questões dos interesses imediatos da categoria, como as  Campanhas Salariais, deve se colocar para  disputar a opinião popular sobre temas relevantes para a classe trabalhadora, como a importância de tomar as duas doses da vacina e usar máscaras para se proteger da Covid 19; formar a consciência de classe, começando por esclarecer que todos nós, trabalhadores e trabalhadoras, estamos no mesmo barco, citando as consequências da Reforma Administrativa, que irá atingir não apenas os servidores públicos, mas toda a população, pois, acabará com o papel social do Estado e colocará as políticas sociais nas mãos da iniciativa privada, entre outros ataques aos direitos da sociedade.
 
É fundamental que a Comunicação Sindical fortaleça o “lado” dos trabalhadores e trabalhadoras na disputa hegemônica e, para isso, é urgente debater questões como “Quais as consequências de mais um mandato de Bolsonaro para a classe trabalhadora brasileira?” É preciso que todos e todas entendam que participar da vida política do país, particularmente dos processos eleitorais, com candidaturas de trabalhadores/as, de sindicalistas e democratas comprometidos com os interesses do Brasil, é vital para o nosso futuro e dos nossos filhos.
 
A Comunicação Sindical conta com espaços, ferramentas e plataformas como impressos; audiovisual; amplificadores; reuniões; rodas de conversa; mídias eletrônicas; plataformas digitais; aplicativos, entre outros. Ou seja, a Comunicação Sindical se dá em diversos espaços, se utiliza de muitas ferramentas e está presente em quase todas as plataformas digitais, em maior ou menor nível de expressão. Portanto, entender a Comunicação como política estratégica para o fortalecimento do sindicato junto as bases dos trabalhadores/as, é uma importante alternativa. E é por isso que deve contar com investimentos condizentes com o seu papel estratégico.
 
Planejar para Organizar é uma Questão Estratégica
 
O professor Erledes Elias da Silveira, iniciou a exposição do tema “Planejar para Organizar: A importância do Planejamento Estratégico das Ações Políticas, Sindicais e Sociais”, chamando a atenção para refletirmos sobre o que foi apresentado durante os três dias do Curso: O Mundo do Trabalho; Relações Capital X Trabalho; Tempos de Pandemia; Novas Tecnologias; Organização Sindical e Negociação Coletiva na Atualidade; Diagnóstico da Atual Crise Sindical, Política, Econômica, Social e Sanitária, com apresentação de vários gráficos; A Luta Sindical no Contexto Nacional e Internacional. Portanto, com quais Objetivos apresentamos todos esses temas? Pergunta o professor.
 
Os objetivos são vários, com destaque para questões como: Discutir métodos para uma campanha de sindicalização eficaz e eficiente; Refletir sobre questões importantes para a definição de ações frente a nova realidade sindical; Refletir sobre a importância do sindicato de planejar suas ações político-sindicais e sociai; Discutir as linhas básicas do Planejamento Estratégico para a gestão sindical; Diagnosticar a situação em que se encontra o Movimento Sindical; Definir as ações político-sindicais e sociais; e Apontar caminhos para colocar em prática essas ações  para o fortalecimento da luta dos trabalhadores.
 
Sem Planejamento tático e estratégico fica difícil fortalecer o sindicato, fazer boas campanhas de sindicalização, e obter vitórias significativas. Os objetivos do Planejamento Estratégico é Discutir e elaborar cenários para a atuação da Entidade; Identificar as oportunidades e as ameaças para o desenvolvimento da Entidade; Definir a missão e criar uma visão de futuro; Definir as linhas de ação e traçar os planos de execução das ações; Fortalecer a cultura do Planejamento Estratégico participativo como instrumento de gestão. 
 
Tem uma passagem do livro “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carrol, muito interessante, sobre o qual devemos refletir quando traçamos o Planejamento Estratégico: “Pode dizer-me que caminho devo tomar? Pergunta Alice a um gato, ao se deparar com uma encruzilhada em seu caminho. Isto depende do lugar para onde você quer ir, respondeu com muito propósito o gato. Não tenho destino certo, diz Alice. Então, neste caso qualquer caminho serve, alerta o gato.” Ou seja, para executar a estratégia sindical é essencial saber onde se quer chegar e quais os objetivos se pretende alcançar.   
 
O professor aponta alguns benefícios do Planejamento Estratégico para os sindicatos: Agiliza as decisões; Melhora a Comunicação; Aumenta a capacidade gerencial para tomar decisões; Promove uma consciência coletiva; Proporciona uma visão de conjunto; Maior delegação; Direção única para todos; Orienta programas de qualidade; Melhora o relacionamento da organização com seu ambiente interno e externo. O Planejamento Estratégico de uma entidade de classe de luta, propõe ações em quatro grandes pilares: Político, Social, Econômico, Institucional.
 
No final da palestra do professor Erledes da Silveira, o presidente nacional da UGT, Ricardo Patah e o Secretário de Organização e Formação Político-sindical, Chiquinho Pereira agradeceram ao Solidarity Center, nas pessoas de Alexis De Simone e Gustavo Garcia, pela parceria, a qual tem proporcionado importantes avanços nas sindicalizações e, consequentemente, no fortalecimento dos sindicatos na luta contra os ataques do governo neoliberal e cruel de Bolsonaro. A professora Luciana informou que o Curso terá continuação, na primeira quinzena do mês de setembro, com a aplicação do 2º Módulo. Informou ainda que, em breve, será lançada a Plataforma Digital, com todas as aulas e demais informações sobre o Projeto.
 
Fonte: UGT
 
 
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