(Texto de Edna Alves publicado no jornal UGTS-SP NOTÍCIAS “Especial Mulher 2021”)
Fazemos parte de uma categoria profissional formada em grande parte por mulheres. Na enfermagem somos 85% entre os mais de dois milhões de trabalhadores no país. Ampliando para toda a área da saúde o país tem mais de cinco milhões de profissionais.
Todas essas vidas importam. Neste dia 8 de março de 2021 lembramos mais uma vez do Dia Internacional da Mulher. A histórica data sempre foi marcada pelas lutas de mulheres por melhores condições de trabalho. E até hoje a luta continua.
Nós, mulheres, estamos morrendo vítimas de uma pandemia que muitos brasileiros não a reconhecem como uma catástrofe mundial. Milhares de mulheres já morreram no Brasil por causa do vírus. E vão continuar morrendo enquanto a principal autoridade do País continuar achando que a vida pouco importa.
Números do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) apontam que 1º de março 594 auxiliares e técnicos de enfermagem e enfermeiros morreram vítimas de covid.
Isso sem contar os demais profissionais que integram o setor da saúde, que são representados por nós e pelos demais sindicatos filiados à Federação Paulista dos Trabalhadores da Saúde.
Em Jaú, até fevereiro, morreram cinco profissionais da enfermagem, quatro delas mulheres jovens, mães, trabalhadoras... Morreram outras seis pessoas da saúde, incluindo três médicos.
As vidas delas (es) importam sim e em nome de todas as demais vítimas devemos fazer um minuto de silêncio neste 8 de março. E protestar os outros minutos e horas. Não há clima para distribuir flores.
Edna Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Jaú e Região e diretora de Assuntos de Diversidade Humana e de Gênero da UGT-SP