A Santa Casa deu início à vacinação contra a Covid-19 na noite de quinta-feira, 21 de janeiro. Só no primeiro dia, 151 doses foram aplicadas. Cerca de 500 funcionários do hospital devem ser vacinados, segundo a assessoria de comunicação. A estimativa é que a Santa Casa tenha cerca de 1.500 trabalhadores, portanto, cerca de 1/3 vai ser imunizado.
Nota divulgada pela assessoria diz que “neste momento vão ser imunizados todos os funcionários e médicos em escala de plantão presencial que trabalham na Enfermaria e UTI Covid, no Pronto-Socorro Adulto e Infantil, além do Pronto Atendimento”.
E prossegue: “os primeiros profissionais de saúde da linha de frente do Coronavírus a receberem a dose da CoronaVac foram: Fernanda Raquel Alves de Morais (técnica de enfermagem UTI Covid), Larissa Coretti Costa (enfermeira Enfermaria Covid), Dra. Gabriela Romano de Oliveira (médica), Maria Amélia Gasparotto Cremasco (enfermeira UTI Covid), Cristiane Veronese (enfermeira Pronto-Socorro), Dr. Jair dos Santos Júnior, Dr. Daniel Márcio Elias de Oliveira, Dr. Marcelo Sembenelli, Dr. Marcelo Stefanuto e Dr. José Augusto da Costa Neves Filho (médicos).
“Não dá para falar em fim da pandemia. Estamos vendo muitos infectados, muitos intubados, a doença está muito mais intensa. No entanto, a vacina é uma luz no fim do túnel para todos nós. É uma arma que não tínhamos lá atrás. Ela é a única forma de fazer com que a gente volte a uma normalidade parecida com que a gente vivia”, comentou o médico infectologista Dr. Daniel Márcio Elias de Oliveira.
Mesmo assim, segundo Daniel, a chegada dos imunizantes não abre espaço para que as medidas de proteção sejam deixadas de lado. “Agora, não há modo nenhum de frear os cuidados que a gente tem que ter com o próximo e com nós mesmos, que é o distanciamento social e o uso adequado de máscaras. A chamada imunidade de rebanho ainda vai demorar. Eu me sinto realizado em receber a vacina, mas ficarei feliz mesmo a hora que eu chegar nessa UTI e não tiver nenhum paciente internado com Covid”, concluiu o médico.
Há sete anos na UTI, a enfermeira Maria Amélia Gasparotto Cremasco também recebeu a primeira dose da CoronaVac e diz que a vacinação traz esperança. “2020 foi um ano desafiador. Não tem como passar por isso e ser a mesma pessoa. Pelo lado pessoal, começamos a dar importância para pequenas coisas que, talvez, não tínhamos visão. Não é sobre ter, é pensar sobre o que somos. Do lado profissional, nosso sentir ficou mais aguçado. Ao ser imunizada, meu sentimento foi de lembrar de todas as pessoas que perderam suas vidas por causa da doença e, principalmente, homenagear os colegas que acabaram perdendo a vida trabalhando”.