O Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP) da USP começa nesta quinta-feira (30) os testes clínicos da vacina chinesa contra o coronavírus. Ao todo, 500 voluntários profissionais de saúde foram selecionados para o estudo.
Em Ribeirão Preto, o coordenador da pesquisa é o professor Eduardo Barbosa Coelho, do Departamento de Clínica Médica.
A Coronavac, como é chamada, está em fase final de estudo. O imunizante chegou ao Brasil no dia 20 de julho, por meio de uma parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science, que desenvolveu a biotecnologia.
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O HC de Ribeirão Preto é um dos 12 locais escolhidos em todo o país para os testes, que serão realizados em um total de nove mil pessoas.
Em duas fases anteriores, o produto já foi aplicado em mil pessoas na China e, a princípio, não apresentou riscos, segundo Coelho.
No Brasil, a liberação para a terceira fase de análises foi dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 3 de julho após pedido de autorização feito pelo Instituto Butantan.
O protocolo de estudos deve se estender por um ano, mas, se a vacina apresentar resultados positivos, poderá ser disponibilizada até janeiro de 2021, segundo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
A terceira fase, aplicada em larga escala, precisa fornecer uma avaliação definitiva da eficácia e da segurança. Ou seja, a vacina precisa ser capaz de criar anticorpos para imunizar contra a Covid-19.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, se a vacina for aprovada, a Sinovac e o Butantan vão firmar acordo de transferência de tecnologia para produção em escala e fornecimento gratuito ao Sistema Único de Saúde (SUS). O produto precisa ser registrado pela Anvisa.
CoronaVac
A vacina da Sinovac usa uma versão do vírus inativado. Isso quer dizer que não há a presença do coronavírus Sars-Cov-2 vivo na solução, o que reduz os riscos deste tipo de imunização.
Vacinas inativadas são compostas pelo vírus morto ou por partes dele. Isso garante que ele não consiga se duplicar no sistema. É o mesmo princípio das vacinas contra a hepatite e a influenza (gripe).
Ela implanta uma espécie de memória celular responsável por ativar a imunidade de quem é vacinado. Quando entra em contato com o coronavírus ativo, o corpo já está preparado para induzir uma resposta imune.
Cientistas chineses chegaram à fase clínica de testes – ensaios em humanos – em outras três vacinas. Uma produzida por militares em colaboração com a CanSino Biologics, e mais duas desenvolvidas pela estatal China National Biotec.
Fonte: G1
Foto: Reprodução/EPTV