Passados três meses desde a primeira morte pelo novo coronavírus no Brasil, 196 enfermeiros já morreram vítimas da Covid-19, aponta relatório do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). A taxa de letalidade para a categoria atualmente é de 2,44%.
Desde março, com o objetivo de estudar o panorama da enfermagem durante a pandemia a Covid-19,o portal é alimentado pelos responsáveis técnicos de enfermagem das unidades públicas e privadas de saúde do Brasil.
São Paulo é o estado com o maior número de vítimas no período: 40 enfermeiros perderam a vida para a Covid-19. O Rio, com 36, e Pernambuco, com 26, aparecem logo em seguida no ranking. Depois vêm Amapá (16), Amazonas (12) e Ceará (11).
Dos óbitos, 65,85% são mulheres e 34,18% homens. Sob a análise da faixa etária, a maioria das mortes se concentra nos enfermeiros que possuem de 51 a 60 anos de idade, e 40,31% se encontram na região Sudeste.
O porta-voz do Conselho Federal de Enfermagem, Gilney Guerra, destacou que o aumento dos óbitos na categoria expõe as más condições enfrentadas pelos enfermeiros no Brasil:
— Acredito que o aumento dos óbitos na enfermagem esteja ligado a falta de infraestrutura para os profissionais. Desde março, o Cofen recebeu mais de 5 mil denúncias dos conselhos regionais de enfermagem, relatando a falta de equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde — explica.
Guerra afirma que, além da falta de infraestrutura, não existe uma mudança de protocolo por parte dos hospitais no atendimento à Covid-19:
— A pandemia é uma situação atípica, por isso, é preciso treinamento para o uso dos equipamentos de proteção adequados a esse momento de emergência sanitária. A capacitação dos profissionais precisa de adequar, com alterações no fluxo de atendimento e mais informações no protocolo de cuidado ao paciente — reflete o conselheiro.
Fonte: Extra
Foto: Afonso Ferreira/G1