Em São Paulo, o governo enfrenta dificuldades para montar novos leitos por atraso na chegada dos respiradores.
Menos trânsito, mas ainda muita gente circulando e abrindo o que deveria estar fechado pelo decreto estadual. O isolamento continuou abaixo de 50% no estado e na capital, enquanto outra taxa, a de ocupação de leitos de UTI, segue preocupando: é de 69% no estado, mas chega a 85% na Grande São Paulo.
Leitos de UTI para Covid-19 precisam de equipes treinadas e respiradores, e a dificuldade para montar esses leitos tem sido grande. O problema mais recente em São Paulo foi com uma compra de equipamentos da China. Numa compra sem licitação, o governo do estado esperava receber três mil respiradores. Mas, segundo o governo, o fornecedor acabou reduzindo o lote quase à metade.
Também foram encomendados respiradores nacionais. De um total de 2.480, só 20 aparelhos já foram entregues. Dificuldade que pode necessitar de um isolamento ainda mais rigoroso.
“Se nós não tomarmos essas medidas agora, se tomarmos daqui a uma semana, daqui a dez dias, será tarde. É preciso agir no sentido de implementar maior adesão a essas medidas de afastamento e ações educacionais focadas nessas áreas que são um problema, as comunidades principalmente”, defendeu Dimas Covas, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19.
Rejane Gusmão é enfermeira, tem um filho estudante de medicina e perdeu o marido médico do Samu para a Covid-19. “É triste, porque as pessoas que podiam estar se cuidando não estão se cuidando. E a gente que tem que estar na linha de frente acaba enfrentando situações difíceis”, disse a enfermeira.
O governo de São Paulo declarou que as compras seguiram as exigências da lei e que preza a rapidez na entrega para garantir o atendimento à população.
Fonte: G1