Técnicos e auxiliares de enfermagem são os mais afetados
O secretário-substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Eduardo Macário, participou hoje (14) de entrevista no Palácio do Planalto sobre covid-19 no Brasil. Ele apresentou dados captados pelo SUS Notifica, sistema criado no início da pandemia para reunir os dados sobre o novo coronavírus no país.
Segundo o secretário, até o momento foram identificados 199.768 profissionais de saúde com suspeita de covid-19. Destes, 31.790 foram confirmados e 114.301 estão em investigação. Outros 53.677 descartados. Do total dos casos suspeitos, as modalidades mais atingidas são técnicos ou auxiliares de enfermagem (34,2%), enfermeiro (16,9%), médico (13,3%), recepcionista (4,3%).
Tendência de alta
Eduardo Macário ressaltou que o Brasil passou a França em número de casos. De acordo com o gráfico, o Brasil apresenta uma tendência de alta, assim como os Estados Unidos, enquanto outros países com grande número de casos já sinalizam uma tendência de queda.
Distribuição dos óbitos por covid-19 em sete países com mais casos confirmados. - Ministério da Saúde
“Estamos numa tendência crescente principalmente por conta do quantitativo de testes assim como a transmissão que está ocorrendo em várias cidades. Estamos em uma ascendência no número de óbitos [por covid-19], mostrando que situação epidemiológica é de alerta no Brasil. Não há perspectiva de estabilização ou diminuição”, pontuou o secretário.
Essa avaliação, acrescentou, serve para os gestores locais balizarem suas medidas e para que a população tome os devidos cuidados para evitar a infecção. Ele defendeu a estratégia de testar, identificar os infectados e isolar os contatos.
Contudo, não comentou as medidas de distanciamento mais rígidas sendo adotadas por diversos estados e cidades nem informou como ficou a situação das orientações para o distanciamento cuja versão preliminar foi anunciada na segunda-feira(11). Ontem o Ministério da Saúde cancelou a entrevista coletiva diária sob a alegação de que não havia conseguido consenso com secretários estaduais e municipais.
Estados e cidades
De acordo com o mapa do Ministério da Saúde, em 2.988 cidades do país já foram registrados casos da doença. E em outros 1.087 municípios já ocorreram óbitos por conta da covid-19. A equipe da pasta também elaborou levantamento para identificar a velocidade de avanço da pandemia, considerando a evolução a partir do registro do 50º caso. Este indicador não compara o número de casos.
No Brasil, a média de aumento diário dos casos de covid-19 foi de 7,3%. Na Região Nordeste, os estados com maior velocidade de disseminação do vírus são a Paraíba, com 10,4%; e Maranhão, 8,9%. Na Região Norte, os de maior intensidade de aumento da epidemia são Pará (10,4%) e Amazonas (9,1%). No Sudeste, os estados com evolução mais rápida da pandemia são Rio de Janeiro ( 6,4%) e São Paulo (6,1%). No Sul, Rio Grande do Sul (5,8%) e Santa Catarina (5,1%). E no Centro-Oeste, Mato Grosso (7,2%) e Distrito Federal (6,8%).
Testes de covid-19
Macário declarou que foram distribuídos até agora três milhões de testes. Segundo ele, agora o momento é da 2ª fase, para a qual está previsto o encaminhamento de sete milhões de testes de laboratório (PCR) e 9,5 milhões de kits para exames sorológicos. Até o fim do ano, a previsão é chegar a 46 milhões realizados. De acordo com o representante do Ministério da Saúde, 128 mil exames ainda estão em processamento.
No boletim divulgado ontem (13) pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrava 13.149 mil mortes por covid-19. Já os novos casos confirmados totalizaram 188.974. Do total de casos confirmados, 97.402 (51,4%%) estão em acompanhamento e 78.424 (41,5%) foram recuperados. Há ainda 2.050 mortes em investigação.