Os cargos de direção executiva e atividades da área de engenharia e pesquisa são as ocupações com os maiores salários de contratação no país, segundo levantamento do G1, a partir de dados de outubro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), disponibilizados pelo Ministério da Economia.
No mês passado, o Brasil criou 70,8 mil empregos formais e o salário médio de admissão no país em vagas com carteira assinada foi de R$ 1.597,31.
De um total de 583 ocupações listadas no levantamento, 362, ou 62% do total, ofereceram uma remuneração para os novos contratados superior à média nacional. Apenas 55, ou 9% do total, porém, ofereceram em outubro salário médio inicial maior do que R$ 5 mil.
Os "diretores de RH e relações de trabalho" lideraram o ranking de maiores salários médios de admissão em outubro, com o valor de R$ 26,3 mil. Na sequência, estão os "diretores de produção e operações na indústria" (R$ 24,7 mil), e "diretores de pesquisa e desenvolvimento" (R$ 24,5 mil).
Contratações superam demissões em outubro pelo 7º mês seguido
A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia ressalva que os dados do Caged retratam a movimentação mensal de trabalhadores e que os salários médios se referem especificamente ao valor de remuneração das pessoas contratadas em outubro, "não podendo ser usados como média salarial da ocupação".
Maior salário médio é o da administração pública
Entre os grandes setores, as vagas na administração pública (R$ 2.611) e na indústria extrativa (R$ 2.599) são as que ofereceram em outubro os maiores salários médios de admissão. Já os mais baixos são em cargos na agropecuária (R$ 1.360) e no comércio (R$ 1.401). Veja gráfico abaixo:
Salário médio de admissão por setor de atividade em outubro — Foto: Economia
Apesar da administração pública ainda oferecer as maiores remunerações para as vagas abertas, o salário médio caiu 4,37% na comparação com outubro do ano passado. Nas atividades do setor de serviços industriais de utilidade pública, houve queda de 6,02% na mesma comparação.
Nos demais setores, o salário médio aumentou na comparação anual, com a alta real (descontada a inflação) chegando a 15,54% na indústria extrativa. Na média nacional, o salário de contratação entre todas as atividades teve crescimento real anual de 2,03%.
Em outubro, os setores que mais abriram vagas foram comércio (+43.972) e indústria da transformação (+8.946).
Os números oficiais do governo mostram também que, nos dez primeiros meses deste ano, foram criados 841.589 empregos com carteira assinada. No acumulado em 2019, os setores que mais geraram empregos formais foram serviços (+446.562), indústria da transformação (+148.114) e construção civil (+124.559).
O país encerrou outubro com um estoque de 39,2 milhões de empregos formais, ante 38,7 milhões 1 ano atrás, mas ainda longe da marca de 41,3 milhões alcançada em outubro de 2014. Os números do IBGE mostram que o rendimento médio do trabalhador tem se mantido estagnado em meio ao desemprego ainda elevado.
Pelo sétimo mês seguido, Brasil cria novas vagas de emprego com carteira assinada
Vagas com salários mais baixos
O ranking mostra que 221 ocupações tiveram em outubro salário médio de admissão abaixo da média nacional. Apenas uma, porém, teve remuneração abaixo de R$ 1 mil, a de "restauradores de instrumentos musicais", com média igual a do salário mínimo (R$ 998).
Entre as as atividades com salários mais baixos estão operadores de telemarketing, trabalhadores do setor agrícola, domésticas, contínuos e cobradores de ônibus.
Fonte: G1