A cada dia, uma nova notícia mostra a exposição da classe trabalhadora à precariedade das relações entre empregado e patrão. Dados apresentados pelo IBGE no final de semana reiteraram o aumento significativo no número de vagas sem carteira assinado ou CNPJ. A quantidade de oportunidades geradas nesse modelo foi de 1,4 milhão. Em contrapartida, foram abertos 403 mil postos formais. De acordo com o Instituto, o cenário atinge 38,8 milhões de brasileiros, o maior nível da série histórica do País. E como já era de se esperar, essa informalidade nada mais é do que o reflexo de um governo que insiste em transferir a conta para o trabalhador, retirando direitos e conquistas por meio de uma minirreforma criada, aprovada e enfiada goela abaixo.
A queda nos salários é um dos resultados negativos trazidos com o emprego informal. No trimestre encerrado em agosto, o rendimento médio dos trabalhadores ficou em R$2.298, representando redução de 0,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. Isso sem contar a falta de garantias legais, acesso à Previdência ou outros tipos de seguro. Tudo isso mostra que a chamada modernização proposta pelo poder público ao apresentar a reforma trabalhista trouxe, na verdade, um grande retrocesso capaz, apenas, de agravar a crise do emprego e da renda.
“Fica cada vez mais claro que a classe trabalhadora segue sendo prejudicada. Não adianta reduzir o desemprego, se os profissionais são subutilizados ou desvalorizados. O que estamos vendo são equívocos atrás de equívocos. Nossa luta precisa continuar para revertermos essa situação vergonhosa, que tende a piorar. E não adianta o governo tentar enfraquecer o movimento sindical para impedir nossa mobilização contra as suas decisões, estamos prontos, juntos e cada vez mais fortes”, disse o presidente, em exercício, do Sindmotoristas, Valmir Santana (Sorriso).
Fonte: Sindicato dos Motoristas de São Paulo