Observação foi feita por Silvestre do Dieese na segunda palestra da “Manhã de Debates”
Silvestre Prado, coordenador de relações sindicais do Dieese, fez a segunda palestra, discorrida em torno do tema “Unicidade x Pluralidade” e ressaltou:
11.578 entidades
“O Brasil passa por um feroz ataque desde o governo Temer que se aprofunda,agora com o presidente Bolsonaro. O Grupo de Altos Estudos do Trabalho (GAET), formado pelo governo, não convidou nenhuma entidade sindical, nem dos trabalhadores e nem do patronal para compô-lo. Como se quer discutir a estrutura sindical sem esses dois atores? Isso não existe em um país democrático. Temos que nos apegar aos órgão internacionais, como ONU e OIT para discutir a questão sindical. A estrutura sindical brasileira conta hoje com 11.578 entidades. Taxa de sindicalização de 15 por cento, semelhante a outros países. Mais de sete mil estão aptos a receberem contribuição, que se retraiu em 2018”.
Unicidade flexível
Silvestre continuou, com uma indagação: “No Brasil existe unicidade sindical pura? Não, ela é flexível. Para construir uma proposta de reforma sindical é preciso criar um projeto que contemple as diferenças que existem, especialmente o olhar da sociedade sobre as entidades como instituições, que hoje é muito ruim. Além dos ataques aos sindicatos, as ofensivas também atingem direitos e precarizam o trabalho”.
Exterior
O especialista fez importantes comparações: “Numa breve comparação, vejamos a estrutura sindical do Chile. Com 11.656 sindicatos, mais que o Brasil, portanto, há uma taxa de sindicalização de 16 por cento. Nos Estados Unidos, o trabalhador escolhe quem vai representá-lo. Há uma agência que regula a representação sindical. Se o dirigente tiver 50 por cento mais um voto, ele representa os trabalhadores de determinada empresa. Além da taxa de sindicalização ser próxima, se vê que não somos jabuticabas. Nestes países também existe uma tentativa de corrosão de medidas protetivas aos trabalhadores. No Japão, a taxa de sindicalização caiu de 22 para 16 por cento, o que mostra desgaste da imagem dos sindicatos. O grande desafio é como dialogar com o jovem, mostrar o papel do sindicato, trazê-lo para dentro das entidades, mas precisamos solucionar porque é uma das grandes resistências da existência dos sindicatos”.