Mais de 400 trabalhadores da saúde de várias regiões do Estado de São Paulo ocuparam as galerias da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para acompanhar a sessão solene realizada em homenagem ao Dia Estadual do Trabalhador da Saúde, comemorado em 12 de maio. O evento aconteceu na última sexta-feira, 17 de maio.
Doze trabalhadores de diversas regiões do Estado paulista foram escolhidos para representar os colegas de profissão. Veja seus depoimentos
ARAÇATUBA
Márcia Gomes Zaramello de Freitas, recepcionista na Santa Casa de Birigui há 30 anos, destaca o quanto é gratificante ser homenageada na Alesp. “Primeiramente, fiquei nervosa, mas depois do susto, muito agradecida por estar representando os colegas da minha região.” A profissional fala com convicção do prazer que é o ambiente hospitalar. “Somos uma família!”, diz, mesmo vendo o caos que está a saúde no País, ainda acredita que se “os governantes olharem para uma área tão essencial, ainda teremos uma chance de dias melhores”.
CAMPINAS
Há 18 anos na área da saúde, Vanessa Aparecida Cunha, que trabalha no Hospital Augusto de Oliveira Camargo, em Indaiatuba, como técnica de enfermagem, destaca a alegria de fazer parte de uma homenagem tão importante e ser uma das representantes da categoria. “Fiquei lisonjeada em ser escolhida para representar a classe e os colegas da região.”
Ela destaca a falta de recursos, de mão de obra especializada, da valorização do profissional que não mede esforços para salvar vidas. Destaca também a falta de união da categoria. “A classe precisa se unir mais e se fortalecer para superar os problemas que ainda estão por vir. Se não houver união, não haverá conquistas”, diz.
FRANCA
A técnica de enfermagem da Santa Casa de Franca, Irani de Fátima Caetano, que está na área da saúde há 27 anos, recebeu a notícia da homenagem emocionada. “Sempre participei dessa homenagem e agora chegou a minha vez. Isto me deixou muito grata e honrada”. Irani é uma dos muitos profissionais que, para garantir uma renda melhor, têm dois empregos. Há 10 anos também assumiu os trabalhos no Lar de Ofélia.
“A saúde é uma classe muito sofrida. É necessário mais investimento na área, inclusive mão de obra para que possamos trabalhar com mais tranquilidade. Os profissionais trabalham no seu limite, mas mesmo diante da sobrecarga de trabalho, o atendimento e a dedicação para com as pessoas são grandes, porque a categoria ama o que faz e faz com dignidade”, finaliza.
JAÚ
Silvana Gibin está há 42 anos na área da saúde. Hoje trabalha na Clínica Hemato Oncologia (transplante de medula) como técnica de enfermagem, mas sua carreira na área começou aos 17 anos no centro cirúrgico do Hospital Amaral Carvalho, em Jaú, como atendente. “A paixão pela área fez com que eu me aprofundasse e fiz o curso de técnica de enfermagem para poder melhor atender o próximo”, diz ela.
Ela ressalta que os trabalhadores da saúde precisam ser mais valorizados e com salários dignos. “Estou aposentada há 10 anos, mas ainda continuo trabalhando, porque gosto do que faço.” Ela destaca a filha, Lara, 23 anos, que seguiu na área. Ela é psicóloga no Sindicato da Saúde de Jaú.
PIRACICABA
Para Cátia Regina Sotero, que trabalha na Santa Casa de Cerquilho como auxiliar de enfermagem, diz que está na área há 45 anos e sempre dedicou seu trabalho com atenção e amor. A notícia de ser a representante de seus colegas na Assembleia Legislativa foi de muita alegria. “Fiquei muito surpresa quando me falaram que fui a indicada e, claro, contente, pois entre tantos profissionais, eu fui a escolhida. Ser reconhecida pelo trabalho que desempenho é motivo de orgulho”, diz. A profissional destaca também o abandono da saúde. “A saúde está precisando de mais investimento e atenção por parte do nosso governo.”
PRESIDENTE PRUDENTE
Valdir Marcondes de Oliveira, que trabalha na manutenção da Santa Casa de Presidente Prudente há 20 anos e também é diretor do Sindicato da Saúde daquela cidade, destaca a gratidão por ser o escolhido para representar seus colegas na Alesp. “É uma hora estar aqui representando aqueles que, por anos, fazem parte da minha família.” Ele destaca que a saúde precisa de mais investimentos para poder dar melhor atendimento. “É necessário mais valorização e humanidade com o povo mais carente.” Também ressalta a falta de união da categoria para empenhar a luta pela valorização.
RIBEIRÃO PRETO
A técnica de enfermagem do Hospital Beneficente Santo Antonio, de Orlândia, Rosana Aparecida Fachini Pizzolato, há 28 anos na área, diz que “é gratificante o reconhecimento da base por ter me escolhido para representar os colegas”. Ela destaca a falta de união da categoria. “Os trabalhadores têm que se unir e lutar se quiser o reconhecimento dos governantes e deixar de olhar só para si e voltar os olhos para um todo”, diz.
SANTOS
O enfermeiro, Welington Alves de Brito, que está há 27 anos na área da saúde, deixou a profissão no Hospital São José depois de 14 anos dedicados a vários estabelecimentos hospitalares para assumir a de professor de Enfermagem na Escola Congonhas há sete anos.
Realizado com as escolhas, o profissional da saúde se sente gratificado por ser um dos que estão recebendo as horarias do Estado. Ele destaca que sempre participou e lutou para a valorização da categoria, “mas tem que haver mais união e participação dos trabalhadores da área para conquistarmos um futuro melhor para a saúde”.
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
Ubaldo Alves dos Santos Júnior, está na área da saúde há sete anos, desde que se graduou em psicologia e hoje atua como chefe do setor de Recursos Humanos (RH) do Instituto de Hematologia de São José do Rio Preto. Ele destaca a área da saúde como parte fundamental de sua vida. “Sempre tive vontade de ajudar as pessoas a se sentirem melhor, ou seja, sempre me preocupei com o bem-estar de todos, portanto a área da saúde faz parte da minha raiz como ser humano”, diz. Ele destaca que ao receber a notícia de ser o homenageado na Alesp, ficou eufórico. “É uma responsabilidade imensa ser o corpo de milhares de profissionais de nossa região, foi uma felicidade imensa, uma satisfação, aquele sentimento de dever cumprido, de orgulho, de ser reconhecido. Foi muito bom ter essa experiência que ficará muito marcada na minha vida”, conclui.
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
A técnica de enfermagem, Denise Cristina Ferreira, do Hospital Pio XII, sente-se gratificada por ser uma das homenageadas. Segundo ela, a saúde não tem reconhecimento e destaca a falta de união da categoria. “Somos uma casta enorme, somos muito cobrados e trabalhamos em locais insalubres, mas não vemos melhoria, por isto, a categoria precisa ser mais unida se quiser vencer”, destaca a profissional.
SOROCABA
Benedito Arão dos Santos, do Hospital Santa Lucinda (PUC), auxiliar de enfermagem, é um apaixonado pela função que desempenhou por 33 anos e ficou surpreso quando chegou na Alesp e soube que era um dos homenageados. “É uma bondade dos amigos e trabalhadores e uma honra estar aqui representando os colegas.” Sua visão para melhorar a saúde está no reconhecimento dos políticos. “Eles devem olhar e investir mais em nós e ver os trabalhadores da saúde como solução e não entrave” e observa que para melhorar a saúde, tem que haver mais união dos trabalhadores. “Só com união maciça da categoria é que conseguiremos alcançar nos objetivos”, conclui.