Deixando as diferenças de lado para lutar por um ideal comum, as centrais sindicais brasileiras, pela primeira vez na história promoveram o 1º de Maio unitário. O ato, que teve como foco se opor a pontos da reforma da previdência que são extremamente prejudiciais a sociedade, também buscou fortalecer o enfrentamento a retirada de direitos que a classe trabalhadora e a sociedade como um todo vem sofrendo.
“Nós, das centrais sindicais, podemos pensar diferente em diversos aspectos, mas no que tange a previdência nós alinharmos em alguns pontos como a idade mínima e a questão do fim dos privilégios, por exemplo, pois ainda existem uma minoria que recebe acima do teto constitucional, enquanto de 70% dos aposentados recebem um salário mínimo, quem ganha um pouco mais é 1200 reais. Mexer com essas pessoas é muito ruim para este país que é tão rico, tem essa quantidade gigantesca terras agricultáveis e possui um povo extraordinário, mas que convive com esse desemprego enorme”, disse Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT).
A UGT, participou do ato do 1º de Maio, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, numa ação unitária com as centrais sindicais CGTB, CTB, CSP Conlutas, CUT, Força Sindical, Intersindical, Central da Classe Trabalhadora e Nova Central, em que segundo estimativas de público, mais de 100 mil pessoas passaram pelo evento, que começou com um ato político e terminou com shows de renomados artistas da música popular brasileira que prestaram uma bela homenagem a Beth Carvalho, a madrinha do samba, que faleceu nesta terça-feira (30), aos 72 anos, no Rio de janeiro.
“Hoje, não é o sindicato ou o sindicalista que irá conseguir interferir nas mudanças que estão acontecendo, mas sim o conjunto das centrais sindicais e essa unidade apresentada neste 1º de Maio, demonstra a capacidade que temos de estar juntos” salientou Patah.
O sindicalista lembrou também que neste mesmo local, no Vale do Anhangabaú, há pouco mais de um mês, a UGT juntamente com o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, o Sindicato dos Padeiros e o Siemaco (asseio e conservação), numa parceria com o setor patrona, o governo e a prefeitura, realizaram o 3º Mutirão de Emprego, em que 15 mil pessoas formaram uma enorme fila em busca de uma oportunidade de emprego. “Aquela ação mostrou a cara do desemprego, da desesperança e do desalento, por isso, em nome daquelas pessoas estamos aqui pregando a unidade das centrais sindicais com o objetivo de construir o País do emprego, da inclusão e da não discriminação” reforçou o líder ugetista.
Ricardo comentou também do encontro que teve com o presidente Jair Bolsonaro, na última segunda-feira (29), em Brasília, onde o sindicalista explicou que apesar das teses liberais do presidente, não é saudável tentar acabar ou sufocar o movimento sindical, pois os sindicatos são instrumentos fundamentais em toda e qualquer democracia do mundo.
“Pela primeira vez Bolsonaro recebeu um representante do movimento sindical e durante nossa conversa, pedi a ele que pudesse ampliar o diálogo e a participação do movimento sindical, reforçando que isso é uma questão fundamental para a democracia brasileira. Percebi que ele tem sim disposição para conversar com o movimento sindical”, concluiu.
Fonte: UGT