As altas taxas de desemprego, que já atingem 13,1 milhões de pessoas no país, segundo o IBGE, estão preocupando os brasileiros e brasileiras. Com 27,9 milhões de trabalhadores subutilizados, o Brasil bate recordes negativos no mercado de trabalho e isso tem assustado os trabalhadores que estão com medo de perder o emprego e acham que o mercado de trabalho piorou muito nos últimos três anos, período que coincide com o golpe de 2016 e a aprovação da reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB).
As constatações são da pesquisa CUT-Vox Populi, realizada entre os dias 1º e 3 de abril e divulgada nesta segunda-feira (8).
Segundo o levantamento, 62% dos trabalhadores e trabalhadoras têm medo de ficar desempregados. Apenas 37% não têm e 1% não soube ou não quis responder.
Os entrevistados que se declararam anti-Bolsonaro estão entre os mais preocupados e 68% alegam ter medo de ficar desempregados.
Já entre os pró-Bolsonaro, apesar do maior otimismo, o percentual de trabalhadores com medo de perder o emprego também é alto: 54%.
O medo reflete a realidade da atual situação de desemprego entre os familiares. Do total de entrevistados pela pesquisa CUT-Vox Populi, 44% afirmaram ter entre um ou mais desempregados na família.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o resultado da pesquisa mostra que as pessoas estão percebendo no dia a dia que o arrocho salarial e a retirada de direitos não geram emprego e renda como tanto o ilegítimo Temer quanto Jair Bolsonaro (PSL) querem fazer os brasileiros acreditar.
“Pelo contrário, geram medo na população. Temer garantiu que a reforma Trabalhista geraria 8 milhões de empregos em dois anos e o resultado foi o aumento do desemprego. As pessoas estão percebendo isso, pois estão sentindo na pele o drama em suas famílias”, diz Vagner.
“E agora Bolsonaro quer ampliar a informalidade, tirar ainda mais direitos com a reforma da Previdência, e criar uma geração de miseráveis. É mentira que essas reformas [Trabalhista e da Previdência] geram empregos e o povo já sabe disso”.
O que gera emprego é crescimento econômico, com distribuição de renda e aumento do emprego formal, de carteira assinada, como fez o ex-presidente Lula, que gerou mais de 15 milhões de vagas sem precisar mexer uma vírgula da CLT- Vagner Freitas
Desemprego aumentou nos últimos 3 anos
Para 78% dos entrevistados a percepção é de que, há três anos, as taxas de desemprego eram menores do que hoje. Apenas 13% acreditam que o desemprego diminuiu, outros 8% acham que não mudou e 1% não soube ou não quis responder.
Entre os anti-Bolsonaro, a percepção de que o mercado de trabalhou piorou é ainda maior (85%). E mesmo entre os pró-Bolsonaro o percentual é alto: 72% acham que a situação do emprego hoje é pior, se comparado com o período anterior ao golpe que destituiu uma presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff.
Metodologia
A pesquisa CUT/Vox Populi entrevistou 1.985 pessoas com mais de 16 anos e foi realizada em 120 municípios do Brasil, abrangendo capitais, regiões metropolitanas e interior.
A margem de erro da pesquisa é de 2,2%, estimada em um intervalo de confiança de 95%.
Fonte: cut