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PEC da Previdência tira PIS de 21 milhões e abala mercado interno


09/04/2019

Só com os cortes no pagamento do abono do PIS, a reforma da Previdência vai retirar R$ 150 bilhões da economia brasileira. A PEC 06/2019, de Bolsonaro, introduz um dispositivo que acaba com o abono para quem recebe mais de um salário mínimo.

Em 10 anos, o valor deixará de ser repassado a 90% dos assalariados com Carteira assinada, que ganham até dois salários mínimos. Isso dá 21,3 milhões de trabalhadores e equivale a 52% dos 41,2 milhões no mercado formal entre 1º de julho de 2015 e 30 de junho de 2016 - último dado disponível.

Com a PEC aprovada, o abono seria pago apenas a quem ganha até um salário mínimo, ou seja, R$ 998,00. Por ano, R$ 15 bilhões serão subtraídos dos trabalhadores de baixa renda.

Impacto - "Isso é o equivalente a desempregar 15 milhões de trabalhadores que recebem um salário mínimo", afirma à Agência Sindical o presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo, Pedro Afonso Gomes.

Segundo o economista, esse dinheiro, que chega mês a mês no mercado, é o que move a economia. "Quando o trabalhador recebe o abono, ele utiliza pra pagar uma dívida em pequenas compras no comércio. É um reforço no orçamento, que se torna essencial para que a economia gire positivamente, fazendo com que todos os meses esse dinheiro volte ao mercado", explica.

Estado - No Estado de São Paulo, por exemplo, toda a classe trabalhadora deixaria de receber o abono, pois, a partir de abril, o Piso estadual passou para R$ 1.163,55, índice 15% superior ao salário mínimo.

Em Guarulhos, a subseção do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos estima que cerca de 12 mil deixem de receber o PIS - isso equivale a 30% da força de trabalho no setor. O menor Piso em Convenção Coletiva é R$ 1.354,00. Multiplicando-se 12 mil por R$ 998,00, chega-se a R$ 11.976.000,00 que deixarão de circular no comércio local anualmente. “A PEC retira quase R$ 12 milhões dos metalúrgicos e da economia regional”, afirma o economista Rodolfo Viana.

Diap - Segundo o jornalista Antônio Augusto de Queiroz, diretor-licenciado do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), o corte pode tirar até 8% da renda anual de um trabalhador que recebe o PIS. "Suas famílias terão menos comida em casa. Isso é tão estapafúrdio que pobre no Brasil ficaria sem proteção do Estado", critica.

Abono - O benefício é pago hoje ao trabalhador com Carteira assinada que recebeu, em média, até dois salários mínimos mensais e exerceu atividade remunerada durante, pelo menos, 30 dias no exercício anterior ao ano-base.

Fonte: Agência Sindical

 
 
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