Felipe Pereira
Do UOL, em Brasília
03/01/2019 04h00
Acabada a festa da posse, o governo mostra sua linha de trabalho e ela inclui uma mudança no Bolsa Família. O ministro da Cidadania, Osmar Terra, usou a primeira entrevista depois de assumir o cargo na última quarta-feira (2) para falar da criação de uma porta de saída do programa.
"Pelo menos um jovem por família deve ter oportunidade de fazer curso técnico ou receber microcrédito."
O contexto da resposta do ministro sugere um nível alto na vontade de mudar o programa. A resposta ocorreu quando Osmar Terra foi questionado sobre a prioridade de trabalho no Ministério da Cidadania. Críticos do programa reclamavam que o Bolsa Família tornava os beneficiários dependentes.
Ele não revelou a forma que a alteração será implementada ou quando a medida entra em vigor. O ministro se limitou a dizer que, em cada família que recebe o Bolsa Família, deve haver ao menos um jovem cumprindo um dos requisitos citados: fazer um curso técnico ou receber microcrédito para empreender.
Ainda no discurso de posse, Osmar Terra reafirmou que haverá 13º salário no programa já neste ano. Na entrevista, explicou que a fonte dos recursos ainda não foi definida e que o orçamento para a área é "perna curta". Ele diz que isto não impedirá o pagamento porque o 13º salário é uma diretriz do presidente Jair Bolsonaro para a pasta que comanda.
"Deve custar alguma coisa ao redor R$ 2,5 bilhões, que é a parcela mensal do programa. Vou sentar com área de planejamento, com a área orçamentária para avaliar onde a gente tem que atuar. Mas (o 13º) já está garantido, é uma decisão do presidente."