Sindicalistas de diversas categorias, representantes do empresariado e do poder publico, além de especialistas em relações de trabalho se reuniram sexta (23), em São Paulo, a fim de debater as repercussões da reforma trabalhista nas atividades sindicais.
O SindiMais 2018, concebido com o objetivo de analisar novas alternativas para a sustentação das atividades sindicais, reuniu mais de 300 pessoas.
“O sindicalismo precisa pensar diferente. Hoje, o Sindicato não pode mais depender de uma contribuição compulsória. Ele tem que buscar outras alternativas”, afirma Paulo Ritz, dirigente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Refeições Coletivas de São Paulo e organizador do evento.
Ao longo do dia, representantes do setor privado, dirigentes sindicais, especialistas em gestão, além de autoridades do poder público, debateram o tema. Foram realizados os painéis “Novas formas de relações entre capital e trabalho e a necessária reinvenção do movimento sindical”, “Como superar os desafios por meio de estratégias que gerem resultados sustentáveis” e “Os impactos da Reforma Trabalhista nas relações do trabalho”.
O procurador João Hilário Valentim, dirigente da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical (Conalis/Ministério Público do Trabalho), defendeu a soberania das assembleias de trabalhadores na definição de contribuições para as entidades.
“Cabe aos trabalhadores decidirem acerca do custeio que querem definir, além de aprovar o recolhimento para toda a categoria. Nós defendemos, em nota técnica, o direito de oposição. Porém cabe aos trabalhadores decidirem sobre esse exercício”, sublinha.
Para o dirigente metalúrgico Milton Baptista de Souza Filho, presidente do Centro de Memória Sindical, as entidades de classe “estão sofrendo um grande ataque, com riscos de extinção após a reforma trabalhista”. “Um evento como esse, onde se debate as questões como o custeio, é importante para que esse quadro possa ser revertido”, diz.
A jornalista Mara Luquet, do canal My News no YouTube, recomendou a adoção de novas formas de comunicação, para avançar no contato com os trabalhadores. “A boa comunicação com as bases, com certeza, tornará os trabalhadores parceiros de seus Sindicatos”, avalia.
Fonte: Agência Sindical