Entidade alega que proposta patronal em negociação trabalhista quer acabar com descanso e folgas e reduzir adicionais pagos aos funcionários
10/10/2018 07:00 - Regional
Lilian Grasiela
O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Jaú e Região (Sindicato da Saúde) convocou uma assembleia com funcionários da Santa Casa de Jaú (47 quilômetros de Bauru) para o próximo dia 17, em três horários, às 10h, 15h e 19h, na sede da entidade, na rua Sebastião Ribeiro, 501, visando discutir eventual decretação de estado de greve no hospital. Além de criticar o baixo reajuste proposto à categoria, o sindicato aponta risco de retirada de direitos.
Segundo o Sindicato da Saúde, a mais recente proposta do sindicato patronal das santas casas prevê reajuste parcelado de 3% diante de uma inflação de 3,53%, diminuição do adicional noturno de 40% para 35% e elevação da jornada dos servidores de apoio de 36 horas semanais (carga horária acordada na última convenção) para 40 horas semanais.
Além disso, de acordo com a entidade, o órgão que representa as santas casas quer pagar o adicional de insalubridade sobre o salário mínimo e não mais sobre o piso da categoria (cláusula da última convenção assinada), retirar folgas do trabalhador de jornada 12 x 36 e acabar com o descanso noturno de uma hora e o descanso diurno de 15 minutos.
O sindicato também alega que a Santa Casa de Jaú não estaria cumprindo cláusulas da convenção coletiva 2016/2017 relacionadas ao pagamento de adicional e jornada. "A categoria está sendo chamada para decidir o que quer", diz Edna Alves, presidente do Sindicato da Saúde. "É hora da categoria se unir e decidir se entra em greve contra a Santa Casa ou se abaixa a cabeça e perde dinheiro, folgas e benefícios".
Em matéria recente, a Santa Casa informou que a convenção coletiva que atinge seus funcionários está sendo discutida no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), em Campinas, pelo Sindicato das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo (Sindhosfil). O Sindhosfil, por sua vez, declarou que "não compreende a necessidade de paralisação diante de um processo de diálogo aberto e ainda em trâmite".