O Sindicato dos Comerciários de São Paulo e a UGT (União Geral dos Trabalhadores) têm articulado, nas negociações coletivas, alternativas para custear as entidades.
Com a crise após o fim do imposto obrigatório, o presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e também presidente da UGT, Ricardo Patah, conta que até parte de PLR (participação nos lucros e resultados) pode se reverter em recursos para as entidades.
Ao conquistar uma PLR para os trabalhadores, o sindicato poderia solicitar entre 1% e 5% para financiar a entidade.
“Temos várias negociações coletivas em debate. A proposta vai evoluir”, diz.
Segundo Patah, as propostas são todas legais porque, de acordo com ele, baseiam-se no princípio do negociado sobre o legislado, definido pela reforma.
A iniciativa, de acordo com Patah, deve ser aprovada em assembleia pelos trabalhadores. “Se o trabalhador não tem PLR e passa a ter, quem conseguiu foi o sindicato”, afirma ele.
Outras pautas também podem incrementar as receitas.
Uma grande rede varejista de supermercados, por exemplo, segundo Patah, implementou a jornada 12x36 (quando o empregado trabalha 12 horas e descansa 36) com base em convenção coletiva. “Exigimos a homologação no sindicato”, conta.
Com a reforma, a homologação deixou de ser obrigatória na entidade de representação.
Dados do Salariômetro da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) mostram que, no ano até agosto, 41% das negociação coletivas celebradas incluíam cláusula de contribuição a sindicato de trabalhadores.
A modalidade mais comum (29%) foi a negocial, taxa acertada em assembleia por autorizar o sindicato a conduzir uma negociação.
Fonte: Folha de SP