Historicamente, professor mostrou a escravidão da reforma trabalhista
A palestra do professor Jessé Souza prendeu a atenção dos cerca de 300 participantes no primeiro dia do Seminário da UGT-SP, nesta segunda-feira (30/07), no Centro de Lazer da Fecomerciários em Praia Grande. O evento acontece até amanhã. O sociólogo discorreu sobre aspectos históricos do Brasil que acometem a classe trabalhadora até hoje. A apreensão da palestra se deu pelo fato de o professor demonstrar que tradicionalmente as elites subjugam os trabalhadores tendo como origem principal a escravidão da mão de obra. Numa linha de raciocínio sempre histórico o palestrante conduziu sua exposição assegurando que a classe dominante desenvolve um monopólio de 100 anos e sempre inconformada com as eventuais perdas de poder, como na Revolução de 1930, se une para desenvolver planos e recuperar o “Estado” e submeter o povo à exploração econômica.
Aplaudido pela plenária, Jessé afirmou: “A reforma trabalhista mostra a continuação da escravidão no Brasil, enfraquece os sindicatos para impor um nível de exploração absurdo. Diante disso, o sindicalismo tem de mobilizar o povo porque as ideias da classe dominante se multiplicam”.
Elite atrasada, imprensa lixo
Jessé explica que é preciso se contrapor a esta multiplicação sempre propagada dentro de um contexto denominado por ele como “avassalador”. O palestrante explica: “O domínio exercido é para ‘imbecilizar’ o povo construindo mentiras que passam pela grande imprensa, escolas e universidades. Somos herdeiros, filhos da escravidão. Se governos chegam ao poder com ideia de inclusão, caem. Como ocorreu com Getúlio Vargas em 1954. Governos que diminuem a distância entre as classes, também caem. Temos uma elite do atraso e uma imprensa que é um lixo.
Para haver uma organização os sindicatos têm de resgatar sua força e importância. Nem tudo pode se redundar no discurso da corrupção. O vírus da corrupção é um estigma. Quero dizer para vocês que a grande corrupção no Brasil chama-se dívida pública! Articulem-se. Vocês têm força para derrubar estes 100 anos de mentiras para começarmos a resgatar a autoestima do povo brasileiro”.
Fonte: ugt