O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Jaú e Região (Sindicato da Saúde) foi até a Santa Casa de Bariri (56 quilômetros de Bauru) na manhã desta sexta-feira (29) para orientar os funcionários demitidos sobre os direitos trabalhistas. Após reunião com a diretoria do hospital, ficou definido que o sindicato irá conferir as homologações e acompanhar de perto a dispensa dos profissionais.
Conforme divulgado pelo JC, alegando a necessidade de adequação dos custos à receita mensal, a Santa Casa de Bariri deu início, nesta semana, a um processo de reestruturação do quadro de pessoal. Somente na segunda-feira (25), foram dez demissões. Até ontem, segundo o Sindicato da Saúde, 20 funcionários já haviam sido desligados, número que ainda pode aumentar.
A presidente do sindicato, Edna Alves, disse que as demissões começaram 91 dias depois do fim da greve de março contra atraso no pagamento de salários e lembrou que, na audiência entre Sindicato da Saúde e Santa Casa no TRT-15 em Campinas, houve garantia da estabilidade de emprego aos grevistas de 90 dias. Para ela, as demissões são uma represália ao movimento.
"A maioria dos demitidos é da enfermagem e participou da greve", afirma. Em reunião entre ela, o diretor geral da Santa Casa, Diogo Fernandes, e o diretor administrativo e financeiro, Marcos Pereira, foi definido que o hospital irá encaminhar o cálculo da rescisão para análise do jurídico do Sindicato da Saúde antes de marcar a homologação, onde o sindicato estará presente.
Alves ressalta que a Santa Casa terá de pagar o valor total das verbas na rescisão, incluindo FGTS, multa de 40% sobre o FGTS, horas extras, férias proporcionais, férias vencidas, aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, que pode chegar a 90 dias de aviso para quem tem 20 anos de trabalho, abono proporcional, folgas não pagas pelo feriado da categoria, cesta básica, 1/3 das férias e outros direitos.
DEMISSÕES
De acordo com o diretor-geral do hospital, Diogo Fernandes, os cortes atingem funcionários dos setores administrativo, de apoio e assistencial (enfermagem) e o critério que está sendo levado em conta para as demissões é o financeiro, ou seja, aqueles trabalhadores com maior custo mensal para a Santa Casa.
Apesar da redução no quadro de pessoal, ele garante que o atendimento não será afetado. "A gente procurou chegar em uma escala mínima necessária para que a assistência não seja prejudicada", declara.
O diretor também afirma que o hospital elaborou um plano financeiro para honrar com os custos das verbas rescisórias de todos os demitidos, que inclui a ampliação da receita mensal a médio prazo.
O hospital recebe, por mês, repasse de R$ 215 mil do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente com a folha de pagamento, a Santa Casa de Bariri tem um custo mensal de cerca de R$ 220 mil.
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