Balanço das negociações dos reajustes salariais de 2017 apresentado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em sua Nota Técnica número 86/junho de 2018, revela diminuição do número de reajustes realizados, se comparados com os anos de 2015 e 2016; e indica que será também uma tendência para 2018.
O estudo identificou um pequeno aumento real (acima da inflação) nos reajustes salariais, resultado que é consequência da recessão e que foi atingido por categorias historicamente mais bem organizadas. Porém, a regra geral para a maioria da classe trabalhadora segue sendo a tendência a precarização e informalidade.
Dos reajustes salariais analisados pelo SAS-DIEESE em 2017, cerca de 63% resultaram em ganhos reais ao salário, segundo comparação com o INPC-IBGE. Em geral, situaram-se pouco acima desse índice: mais da metade dos reajustes superiores à inflação (216 em 407) registraram ganhos de até 0,5%, e quase 80% (319 em 407), de até 1% (Tabela 1). Reajustes em valores iguais à inflação, sempre considerando o INPC-IBGE como referência, representaram 29% do painel analisado; e reajustes inferiores à inflação, 8%. Estes, em particular, também ficaram próximos à inflação: 44% (23 em 52) registraram perdas de até 0,5% em relação ao INPC-IBGE; e 65% (34 em 52), de até 1%.
A Nota Técnica ainda afirma que “Talvez o problema dos trabalhadores nos processos negociais não seja a reposição do valor real dos salários, que – dadas as baixas taxas inflacionárias – não deve enfrentar resistências do empresariado”.
As dificuldades devem surgir no âmbito das negociações das cláusulas sociais, onde se concentra agora a ofensiva patronal pela flexibilização dos direitos trabalhistas.”
Fonte: Fetquim