A Comissão Mista de Orçamento do Congresso (CMO) revisou a previsão para o salário mínimo em 2019, passando de R$ 1.002, conforme divulgado pelo governo em abril, para R$ 998. O salário hoje é de R$ 954 e serve de referência para cerca de 45 milhões de pessoas.
Os últimos dois reajustes realizados pelo governo Temer foram abaixo da inflação. Este ano, o aumento concedido ao salário mínimo foi de 1,81%, o menor da série histórica dos últimos 24 anos.
A revisão na estimativa para o salário mínimo em 2019 ocorre porque o governo revisou de 3,8% para 3,3% sua previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2018 - que é utilizado como referência para correção do salário mínimo no ano que vem.
A previsão de baixa no valor do salário vem se consolidando como tendência desta gestão e sinaliza o abandono da política de valorização do salário mínimo criada nos governos de Lula e responsável, junto a outras políticas públicas, pela retirada do Brasil do mapa da fome.
"Este governo está promovendo arrocho salarial, está acabando com a política de valorização do salário mínimo. Esta foi uma das conquistas mais importantes da classe trabalhadora obtida nos governos Lula e Dilma. Beneficiou cerca de 48 milhões de trabalhadores e trabalhadoras boa parte (em torno de 19 milhões) gozando da aposentadoria. Valorizar o mínimo é apostar no desenvolvimento", diz o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo.
Dieese
Mesmo se confirmada a proposta para o salário mínimo acima de R$ 1 mil para 2019, o valor ainda ficará distante do considerado como "necessário", segundo cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
De acordo com o órgão, para suprir as despesas de uma família de quatro pessoas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, seria necessário R$ 3.696,95 ao mês em abril deste ano.
Fonte: Portal CTB