Os representantes da Prefeitura de Campinas e dos sindicatos dos funcionários do Hospital Ouro Verde vão se reunir mais uma vez no Ministério Público do Trabalho na próxima sexta-feira, às 14h30, para tentar bater o martelo sobre como será feita a rescisão contratual dos trabalhadores da unidade hospitalar.
Pelo acordo, a prefeitura aceitou pagar o passivo das rescisões trabalhistas no valor de R$ 36 milhões, mas fará isso de forma parcelada. A administração propôs arcar com o montante mensal de R$ 1,5 milhão, dedicado exclusivamente ao pagamento do débito rescisório, no prazo que varia de 18 a 24 meses. “Esperamos que haja um acordo consensual. Caso contrário, vai para a Justiça”, disse o presidente da Rede Mário Gatti, Marcos Pimenta.
Nesta reunião, o governo municipal deve entregar para os sindicatos como será feito o desligamentos e substituições dos atuais trabalhadores do Ouro Verde. “Os funcionários são capacitados e já conhecem a rotina do hospital. Por isso, iremos estimular que as empresas terceirizadas assumam os trabalhadores, mas não podemos obrigar”, disse Pimenta. A gestão ficará sob o comando da prefeitura e a operação nas mãos de empresas terceirizadas.
Pimenta disse ainda que o Sinsaúde – que representa os funcionários –voltou para a mesa de negociação. Na última reunião, que aconteceu no dia 3 de abril, os representantes do Sinsaúde não tinham aceitado a proposta da prefeitura. “Mas eles pediram para voltar e o MPT aceitou”, disse o presidente da Rede Mário Gatti.
A prefeitura informou que vai buscar na Justiça o recebimento referente às verbas rescisórias dos funcionários da Vitale. Dos R$ 36 milhões, parte do passivo é da antiga gestora do hospital, a SPDM.
Gestão
Em dezembro, a prefeitura reassumiu a gestão do Ouro Verde que estava sob a responsabilidade da Vitale. A mudança se deu após uma investigação do Ministério Público que desmontou um esquema de desvio de verbas públicas na unidade hospitalar. Segundo o MP, os prejuízos somam R$ 4,7 milhões. Dez pessoas estão presas entre elas dois ex-servidores da prefeitura – Ramon Luciano da Silva e Anésio Corat Júnior – e diretores da Vitale. R
Ramon e Anésio são acusados de receber promessa da Vitale, de propina no valor de R$ 1,2 milhão em cinco anos de contrato. Eles teriam recebido parte desse dinheiro, em parcelas de R$ 20 mil mensais. Por ter ensino superior, Corat Júnior foi transferido de Campinas para São Paulo.
Fonte: METRO