No segundo dia de greve de funcionários na Santa Casa de Bariri/Organização Social Vitale a movimentação ganhou mais força. A presidente do Sindicato da Saúde, Edna Alves, falou que no domingo poucos funcionários estavam no hospital, diferente desta segunda-feira (12/03), quando a maior parte do setor de enfermagem aderiu à greve.
Edna disse que está sendo respeitada a escala mínima de 30%, conforme prevê a lei. Ela diz que alguns setores não aderiram à greve, como lavanderia e cozinha. "Mas como tem um ou dois funcionários, nem daria para ele sair e vir pra rua", comentou.
Ela destaca a grande adesão dos profissionais de enfermagem à greve. A paralisação teve início às 12h de domingo e avançou noite adentro. "Vamos ficar de plantão nessa greve 24 horas por dia", diz a sindicalista, destacando que os trabalhadores escalados chegam e aderem à paralisação. Além de manter o mínimo de 30% nos setores, o sindicato orienta os trabalhadores a entrarem quando é necessário fazer a cobertura de algum não-grevista que não comparece ao hospital. Em outros casos, grevistas estão acompanhando ambulância com pacientes até Jaú.
Edna diz que a greve não vai terminar enquanto não tiver uma solução para o atraso constante no pagamento do salário. São quatro meses seguidos que o pagamento não é feito no quinto dia útil.
"Vamos esperar a greve ser declarada legal e levar a Vitale para o TRT de Campinas para assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) se comprometendo a não mais atrasar o pagamento de salários. Os funcionários querem apenas receber em dia o que tem direito."
Fiscalização de médicos - No segundo dia dos funcionários parados, fiscais do CREMESP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) estiveram no hospital e no Pronto Socorro para fiscalizar a denúncia de quebra de ética de médicos.
Segundo fiscais, médicos que trabalham no lugar dos grevistas infringem o código de ética, uma vez que o protesto dos médicos é legítimo. Eles trabalham e não receberam seus salários. Não é possível um médico de fora vir fazer o serviço dos grevistas. Esses "fura greve" seriam notificados e poderão responder ao Conselho.
Os fiscais foram impedidos de entrar no Pronto Socorro por seguranças da Prefeitura. Também não puderam entrar no acesso principal do hospital, barrados por segurança da Vitale. Após alertar que a Polícia Federal seria acionada para garantir a fiscalização, tanto Vitale como Prefeitura autorizaram a fiscalização. Após duas horas no interior do prédio, os fiscais saíram e disseram que o objetivo era resolver o problema. O discurso de notificar todos os médicos plantonistas perdeu força.