A taxa de desemprego no Brasil ficou em 12,2% no trimestre encerrado em janeiro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (28).
Apesar de se manter estável em relação ao trimestre anterior (agosto a outubro), a taxa veio acima do previsto pelos analistas. A mediana das previsões em pesquisa da agência Reuters era de que ficaria em 12% no período.
Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, quando registrou 12,6%, a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua mensal mostra que a taxa de desocupação ficou 0,4 ponto percentual menor.
Após alcançar 13,6% no trimestre de fevereiro a abril, o desemprego vinha acumulando quedas nos índices de maio a julho (12,8%) e de agosto a outubro (12,2%).
“O índice vinha caindo, mas agora houve essa estabilidade, interrompendo as duas baixas. É um movimento característico de janeiro, quando esse indicador tende a estabilizar ou até a subir”, explica o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Sobre o trimestre móvel anterior (outubro a dezembro), que registrou desemprego de 11,8%, houve alta.
INFORMALIDADE ALTA
Apesar da queda da taxa de desocupação na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o número de empregados com carteira assinada continua em baixa, recuando 1,7%. O grupo foi o único a cair nesse período.
O número de empregados sem carteira subiu 5,6%, e o de trabalhadores por conta própria, 4,4%. Essas categorias sustentaram o crescimento da população ocupada, que aumentou em 1,8 milhão de pessoas (2,1%).
“Por causa da crise econômica, o mercado não consegue impulsionar a criação de postos de trabalho de qualidade. Todo esse crescimento de 1,8 milhão de pessoas está apoiado em uma plataforma informal de trabalho”, disse Cimar.
Foto: Danilo Verpa/Folhapress