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Greve no Perlatti é vitoriosa e hospital vai ter de pagar os dias parados


16/01/2018

- Decisão no Tribunal Regional do Trabalho em Campinas legitima paralisação iniciada em 18 de dezembro

- Greve é suspensa imediatamente em acordo envolvendo hospital e Sindicato da Saúde/Federação da Saúde

- Hospital vai devolver dinheiro dos 8 dias descontados dos grevistas e não pode descontar os outros 20 dias de paralisação

- Pagamento em atraso do décimo terceiro está na Justiça, mas hospital ainda não sabe quando vai pagar

- Estabilidade aos grevistas e cumprimento do acordo são questões para a próxima audiência, em 27 de fevereiro

 

Foi considerada legítima a greve de 28 dias na Associação Hospitalar Thereza Perlatti, de Jaú. Tanto é que o Tribunal Regional do Trabalho em Campinas determinou que o hospital pague os dias parados dos grevistas e devolva os oito dias que já descontou. "É uma vitória de todos os grevistas, que estiveram lutando por um direito básico, o de receber seus salários", diz a presidente do Sindicato da Saúde, Edna Alves.

Edna Alves, acompanhada do presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde de São Paulo, Edison Laércio de Oliveira, e do advogado do sindicato Nilton Agostini Volpato, participou de audiência de conciliação na tarde desta terça-feira (16/01) no TRT-15 em Campinas. Edna, Edson e o advogado fizeram a Justiça a entender pela legitimidade da paralisação.

"A audiência terminou por volta das 16h. O hospital vai devolver o dinheiro que descontou dos grevistas e não poderá descontar os demais dias parados", falou Edna, lembrando que pelo acordo entre as partes a devolução dos valores descontados indevidamente será feito em quatro parcelas - dois dias por mês nas folhas de janeiro a abril.

"A vitória é de vocês que deram a cara a tapa. Termina a greve. Todos voltam a trabalhar a partir de hoje. Parabéns heróis!", diz Cido Mello, trabalhador da saúde e vice-presidente do Sindicato da Saúde. Ele foi um dos diretores que estiveram dia a dia ao lado dos companheiros do Hospital Thereza Perlatti.

Sindicato forte - Na folha de dezembro, paga com atraso em janeiro, o Hospital Thereza Perlatti descontou dos grevistas os dias de 18  a 25 de dezembro. E prometia descontar os demais dias de greve na próxima folha. Agora, terá de pagar integralmente o salário dos grevistas.

A greve foi deflagrada porque o hospital atrasou o pagamento de novembro, que só foi pago em 28 de dezembro; também está em atraso o décimo-terceiro salário. O salário de dezembro também foi pago em atraso e em duas parcelas.

Edna diz que a presença do presidente da Federação, Edison Oliveira, merece destaque na defesa dos trabalhadores, convencendo a Justiça da legitimidade da greve que está prestes a completar um mês. A Federação sempre esteve solidária ao sindicato durante a greve, mostrando a força das duas entidades que lutam em defesa do trabalhador da saúde.

Pendências - Sobre o pagamento do décimo terceiro, o acordo assinado pela desembargadora Susana Graciela Santiso esclarece que "a quitação do saldo ocorrerá com a disponibilidade de verbas de repasse, oportunamente, não sendo possível  fixar data". O hospital pagou apenas 40% da primeira parcela em novembro. Ou seja, ainda deve 80% do abono de fim de ano aos trabalhadores.

Diz a decisão do Tribunal que "ficam pendentes para a próxima audiência a questão da estabilidade de 90 dias do emprego para os grevistas e as notícias sobre a regularização dos pagamentos.". A nova audiência entre Sindicato da Saúde e AHTP será em 27 de fevereiro, Às 13h30, de novo em Campinas. Se o hospital não cumprir o acordo a greve poderá ser retomada.

 

Opinião dos  grevistas -

" Parabéns para todos nós e principalmente para Edna e todos do sindicato que cada dia e noite revezaram com a gente na tenda lá fora do hospital", comenta a trabalhadora Gisele Baldi.

"Parabéns a todos que ficaram firmes nessa jornada. Deus abençoe a todos, à Edna e sua equipe que batalhou muito e correu atrás dos nossos direitos. Orgulho de todos vocês", diz Ana Regina Ronchezi.

"Todos nós somos merecedores de tudo isso. Os (trabalhadores) que ficaram lá dentro tem que agradecer também. Se não fôssemos nós, os grevistas, eles não iriam receber nada", fala Alana Caetano.

"Cadê o tal que falou que nosso sindicato é de m..... Engole essa", desabafa Leandro Januário, lembrando de comentários maldosos contra o Sindicato da Saúde e os grevistas quando a categoria decidiu cruzar os braços.

"Que isso sirva de exemplo para nunca deixar-nos calar. Somos exemplo para os próximos enfermeiros, técnicos e auxiliares que ainda virão", ressalta Valter Cunha. "Da união se fez a força".

"Lutamos, tomamos sol e chuva. Mas ficamos firmes e fortes. No final vencemos. Deus misericordioso, muito obrigada", diz Josiane da Silva.

"A enfermagem está descobrindo a força que tem. Estamos juntos e juntos somos mais fortes", aponta o profissional do setor André Gomes

 

  

  

  




 
 
Sindicato da Saúde Jaú e Região
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