- Informação é do Jurídico da AHTP, ao ser questionado pelo Sindicato da Saúde sobre os 40% que não foram pagos na sexta-feira, apesar de o repasse do governo do Estado ter sido feito
- Hospital recebeu 95% do previsto no convênio, mas só pagou 60% do salários, uma vez que deu prioridade ao pagamento de fornecedores
- Direção do hospital avisa que vai descontar todos os dias dos grevistas, mesmo antes de a Justiça julgar a legalidade do movimento
- Sindicato da Saúde entende que greve é legal porque segue os procedimentos previstos em lei e está dentro de “situações excepcionais”, que é o caso do atraso no pagamento de salários.
Apesar de ter recebido na sexta-feira (5/12) 95% do valor do convênio com o Estado (R$ 332 mil dos R$ 350 mil), a Associação Hospitalar Thereza Perlatti só pagou 60% dos salários dos funcionários. A direção do hospital priorizou quita dívida com fornecedores em detrimento de pagar os trabalhadores.
Os outros 40% do salário só serão pagos quando novos recursos forem repassados ao hospital. A informação de que não há dinheiro no momento para pagar os trabalhadores foi repassada ao Sindicato da Saúde de Jaú e Região pelo advogado do hospital.
A presidente do Sindicato da Saúde, Edna Alves, lembra que o repasse realizado na última sexta-feira se refere ao convênio com o Estado. “Foi por meio do contato do vereador João Pacheco do Amaral, que está sendo nosso porta-voz com a Secretaria de Saúde do Estado, que obtivemos a informação do repasse na primeira semana de janeiro. Outro repasse só está previsto para o fim do mês de janeiro.”
Descontos – De acordo com Edna Alves, o advogado do Hospital Thereza Perlatti já avisou que vai descontar todos os dias dos funcionários que aderiram à greve. Na folha salarial paga parcialmente o hospital descontou oito dias dos grevistas (18 a 25/12, quando fechou a folha). Na próxima folha, o hospital garante que vai descontar do dia 26/12 em diante.
Questionado sobre o porquê de descontar os dias parados antes mesmo da Justiça se manifestar sobre a legalidade ou não da greve, o advogado do hospital disse que a decisão de descontar foi do presidente do Conselho Administrativo (Paulo Luis Capelotto).
Greve legal - Segundo o advogado, o hospital poderá fazer o ressarcimento no futuro, caso a greve não seja considerada ilegal. O Sindicato da Saúde entende que a greve é legal, pois seguiu todos os trâmites constitucionais. Além disso, se baseia na jurisprudência dos tribunais, que considera legal greves quando se enquadra em "situações excepcionais", que é o caso de atraso de pagamento e décimo terceiro salário.
Sobre contratações de novos funcionários em plena greve, o que contraria a Justiça, o advogado do hospital teria informado ao Sindicato da Saúde, que é para suprir pedidos de demissão de não-grevistas. Até o momento, desde o início de dezembro, quando foi aprovada a greve, o hospital não fez homologações de funcionários no Sindicato da Saúde. Segundo alguns colegas que “pediram a conta”, o hospital ainda não pagou os direitos trabalhistas.