Assembleia discute a situação do atraso nos pagamentos a funcionários e decide por greve
fonte: comércio do jahu
Funcionários da Associação Hospitalar Thereza Perlatti decidiram pela paralisação dos serviços a partir da meia-noite de segunda-feira por conta dos atrasos nos pagamentos e nos valores referentes ao 13º salário. A deliberação foi feita durante assembleia realizada no Sindicado da Saúde (Sindicato da Saúde) na noite da última quarta-feira, conforme o Comércio informou na coluna “De Fonte Limpa” ontem.
Os trabalhadores informam que estão sem receber os salários do mês de novembro e apenas com 40% do valor proveniente da primeira parcela do 13º salário. Em outubro, o pagamento foi feito com atraso de mais de dez dias.
De acordo com o diretor executivo da associação, Sandro Renato Oliveira, o hospital é entidade privada que atende cerca de 98% de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). “A entidade não tem reserva financeira, dependemos de convênios existentes com o SUS para que a gente sobreviva.” Ele comenta que um dos repasses que o Perlatti recebe vem do governo do Estado, de R$ 350 mil, e que é utilizado para o pagamento dos funcionários.
O diretor afirma que não foi notificado oficialmente pelo sindicado para o início da greve. No entanto, Oliveira ressalta que em atos como este no setor da saúde é obrigatória a continuidade do trabalho de pelo menos 30% dos funcionários de cada setor. “Jamais vamos deixar impactar isso no atendimento dos pacientes”, afirma.
A presidente do Sindicato da Saúde, Edna Alves, declara que a ação foi aprovada quase que de forma unânime pelos trabalhadores e que os documentos necessários foram protocolizados na tarde de ontem.
Aderiram à greve técnicos e auxiliares de enfermagem e funcionários de setores como manutenção e cozinha. Médicos continuam com o serviço normalmente. O hospital tem atualmente cerca de 300 funcionários, 265 pacientes internados e atende 68 municípios da macrorregião de Bauru.
A Secretaria do Estado de Saúde enviou posicionamento por meio de nota alegando que o repasse de recursos encaminhados voluntariamente ao hospital por meio dos convênios SUS é destinado para o pagamento dos atendimentos e não do quadro dos funcionários. O órgão ressalta que repassará, ainda este mês, o valor de R$ 350 mil e prevê mais R$ 9 milhões nos próximos dois anos para auxiliar a enfrentar o subfinanciamento federal na área da saúde.
O diretor executivo da associação informa que não há previsão para realização dos pagamentos dos funcionários.
Recursos
Recentemente foi divulgada a informação de que o hospital estaria sem recursos básicos para a manutenção diária, como alimentos e produtos de higiene pessoal e limpeza. No entanto, a presidente do Sindicato da Saúde informa que nenhum profissional alegou a falta de material. “Não tenho nenhuma denúncia dentro do sindicato e nem os funcionários disseram isso. Não está faltando nada para os pacientes da entidade.”
Para Edna, a informação pode ser usada como justificativa para o atraso dos salários. “Estão alegando falta de material de higiene e alimentação só depois que resolvemos aderir à greve. Até então não tinha problema nenhum.”
De acordo com o diretor executivo, o hospital não está com falta de produtos. “O pessoal está fazendo um evento no sábado para arrecadar alimentos, produtos de higiene pessoal, mas são doações que o hospital recebe todos os dias, esta ação só está reforçando isso.” A ação será às 16h, ocasião em que os funcionários abraçarão o hospital. O evento também será para mostrar a mobilização dos trabalhadores em prol da entidade.