O orçamento de 2018 da Prefeitura de Jaú foi aprovado ontem pela Câmara, sem a emenda que reservava R$ 1 milhão para custeio das cirurgias eletivas (sem urgência). O projeto que estima as receitas do próximo ano, de autoria do prefeito Rafael Agostini (PSB), já prevê verba para esta finalidade – mas a base aliada optou por barrar a sugestão da oposição de reservar ainda mais dinheiro para os procedimentos.
Sete vereadores votaram a favor da emenda de Tito Coló Neto (PSDB) – com mais um voto, o plenário empataria o placar e o presidente Lucas Flores (PSD) teria de se manifestar (veja quadro).
Antes da sessão, os legisladores da oposição articularam forma de garantir a aprovação da emenda. Para isso, retiraram todas as outras sugestões, lançando luz exclusivamente nos recursos para as intervenções cirúrgicas.
Não adiantou. Os aliados do prefeito Rafael Agostini (PSB) sustentaram que não havia necessidade de aprovação, considerando a reserva de R$ 400 mil prevista no orçamento original, e mais R$ 600 mil prometidos após requerimento articulado por Toninho Masson (PMDB).
“As cirurgias não acontecem porque o SUS não paga o justo e paga miseravelmente para quem cuida dos doentes”, disse Masson, referindo-se à lei que triplicou o pagamento ao hospital que custear as eletivas.
Não há números precisos, mas estima-se que em torno de 3 mil pessoas aguardem por cirurgias de menor gravidade em Jaú – a maioria composta por cirurgia geral e do aparelho digestivo. A fila é gerenciada pela Secretaria de Saúde, que encaminha as intervenções de acordo com a disponibilidade da Santa Casa.
Tuco Bauab (PMDB) argumentou que a aprovação da emenda garantiria que o dobro de pacientes tivessem seus problemas resolvidos. “Hoje nós temos a oportunidade de mudar isso, o pessoal está sofrendo há anos”, comentou.
Maurílio Moretti (PEN) disse não acreditar que a Prefeitura vai cumprir o previsto em orçamento. “Agora é a hora de demonstrar a sensibilidade humana”, observou João Pacheco (PSDB).
Levantamento divulgado ontem pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) indica que quase de 1 milhão de brasileiros aguardam pelo atendimento -
Previsão
José Carlos Borgo (PDT) disse que os colegas da oposição estavam “vendendo ilusão”. Ele também criticou o baixo investimento do governo do Estado com esses procedimentos. Segundo Fábio Souza (PMDB), nenhum hospital teria condições de realizar mais intervenções que o previsto inicialmente.
“A Prefeitura teria condições financeiras de colocar R$ 2 milhões apenas para um assunto na área da saúde? Como ficariam os remédios e os postinhos de saúde?”, questionou o presidente da Casa, Lucas Flores (PSD).