Funcionários do Hospital Amaral Carvalho, da Santa Casa de Jaú e outros hospitais da base estão sem aumento desde 1 de julho e podem perder direitos conquistados pelo Sindicato da Saúde
A Reforma Trabalhista chegou, e agora? Agora os funcionários da Santa Casa de Jaú, do Hospital Amaral Carvalho e de outros hospitais da base territorial podem ficar sem aumento salarial e ainda perder direitos conquistados pelo Sindicato da Saúde de Jaú e Região em convenções coletivas anteriores.
Desde julho de 2017 era para os trabalhadores terem reajuste, mas o ano pode acabar e nada de aumento. Nem o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-15), de Campinas conseguiu promover o acordo na Mesa de Conciliação entre o lado patronal e o dos trabalhadores, estes representados pelo Sindicato da Saúde de Jaú e pela Federação Paulista da Saúde.
PATRONAL QUER PAGAR MENOS - O Sindhosfil (sindicato patronal dos filantrópicos e santas casas) não aceita fazer acordo e ainda quer retirar benefícios e adicionais e reduzir salários. A tentativa de acordo ocorreu no dia 14 de novembro. Agora, o Sindhosfil analisa se aceita a proposta conciliatória. Caso recuse, uma nova Mesa de Conciliação está marcada para 30 de janeiro de 2018.
A presidente do Sindicato da Saúde de Jaú, Edna Alves, participou da audiência de conciliação ao lado do presidente da Federação, Edison Laércio de Oliveira. Segundo ela, a proposta patronal do Sindhosfil prevê uma série de retirada de direitos tão duramente conquistados pelos trabalhadores. A Federação Paulista da Saúde está ao lado dos trabalhadores para não permitir que isso aconteça.
AUDIÊNCIA NÃO DEU EM NADA - O sindicalista da Federação, Edison Oliveira, diz que o objetivo da audiência era renovar o acordo e a convenção coletiva para o ano 2017/2018, mas ficou surpreso.
"A proposta patronal tão somente a retirada de direitos", diz ele, citando a proposta de aumentar jornada de trabalho para o pessoal do apoio, reduzir adicional noturno e reduzir o adicional de insalubridade (deixar de pagar o adicional sobre o salário do trabalhador e pagar sobre o salário mínimo.)
"A reforma trabalhista vem para retirar direitos. Orientamos os trabalhadores a se juntarem ao seu sindicato a fim de combaterem essa maligna reforma e essa proposta patronal", comenta Edison Oliveira. Segundo ele, a audiência foi tensa e mostra que os hospitais querem reduzir salários dos trabalhadores e cortar conquistar históricas.
AUMENTO PARCELADO E MENOS DIREITOS - A presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Jaú e Região (Sindicato da Saúde), Edna Alves, convocou essa conciliação porque não houve acordo na negociação da Convenção Coletiva. Segundo ela, o sindicato dos hospitais chegou a oferecer 3% de reajuste salarial (parcelados), mas iria reduzir benefícios conquistados em negociações anteriores, como a jornada de seis horas para os profissionais do apoio e adicionais. Sendo assim, não houve acordo e o Sindicato da Saúde não assinou a Convenção Coletiva (que tem como data-base dia 1º de julho).
NOVA PROPOSTA EM ANÁLISE - Na audiência do dia 14, foi apresentada uma nova proposta para ser avaliada pelos patrões e empregados. A proposta oferece manutenção do adicional noturno conforme as cláusulas da convenção coletiva de 2016/2017; jornada de trabalho do pessoal de apoio de 40 horas semanais com seis folgas mensais já incluídos os feriados; adicional de insalubridade pago observando-se como base de cálculo o teto de R$ 1.500,00 para o pessoal de enfermagem e R$ 1.100,00 para o pessoal de apoio; e contribuição assistencial compulsória para todos os trabalhadores beneficiados pelos termos da negociação coletiva.
Como o Sindhosfil não aceitou acordo na audiência, o diretor do Hospital Amaral Carvalho também não fez acordo. Enquanto isso, o trabalhador fica sem aumento e ameaçado de perder o pouco que tem fruto de muita luta do seu sindicato. Uma nova audiência de mediação foi agendada para dia 30 de janeiro de 2018, às 14h30. "Vamos esperar se antes disso o sindicato patronal aceite o acordo", diz Edna Alves (VEJA DOCUMENTO)