No último dia 12 de julho, foi realizado o julgamento no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Campinas, do dissídio coletivo dos profissionais da saúde da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp), de Bauru. Em sessão ordinária, presidida pelo presidente do Tribunal, o Desembargador do Trabalho, Fernando da Silva Borges, foi concedido reajuste salarial de 9,9% para os 2200 funcionários do grupo Famesp.
O reajuste de 9,9% corresponde ao INPC/IBGE do período entre abril de 2016 e março de 2017, que seguirá o mesmo parâmetro para o reajuste de 2017/2018. Além disso, o TRT ainda garantiu um importante aumento no vale-alimentação que passou de R$ 330,00 para R$ 545,00. “Isto equivale a um aumento de 60,55%, o que significa mais alimento na mesa do trabalhador e, consequentemente mais dinheiro no bolso também”, destaca o presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, Edison Laércio de Oliveira.
A entidade acompanhou este processo junto ao Tribunal visando fortalecer a luta da diretoria sindical de Bauru, que é filiada à entidade. Além do presidente Noel Moreira e outros representantes do Sindicato da Saúde de Bauru, estiveram presentes e participaram ativamente nas audiências de conciliação, o presidente da Federação Paulista da Saúde, Edison Laércio de Oliveira, o presidente do Sinsaúde de Sorocaba, Milton Carlos Sanches, também filiado a entidade; e o consultor jurídico da Federação, Raimundo Simão de Melo, que sustentou da tribuna todas as reivindicações dos trabalhadores.
“A Federação esteve presente durante todo o processo e foi importante para auxiliar o Sindicato da Saúde de Bauru na vitória que ficou agora consolidada. O próprio presidente do sindicato agradeceu a atuação da nossa entidade em todo o processo”, destaca Edison de Oliveira.
Greve
Sem acordo desde março deste ano, os trabalhadores dos hospitais de Base (HB) e Estadual (HE), Maternidade Santa Isabel e Ambulatório Médico de Especialidades (AME), administrados pela Famesp, reivindicavam reajuste salarial de 16% a partir de janeiro de 2017, proposta que foi rejeitada pela administração.
Essa decisão provocou a greve de 53 dias nestas unidades, sobre a qual o juiz declarou, no julgamento do dia 12 de julho, que o movimento grevista foi legal e determinou que a Famesp efetuasse o pagamento integral dos dias parados, além de conceder aos trabalhadores estabilidade de 90 dias a partir da publicação da decisão da Justiça.
“Foram várias tentativas para que a Famesp aceitasse as reivindicações dos trabalhadores, mas nenhuma com sucesso. A greve foi muito importante, pois mostrou a mobilização dos trabalhadores e a determinação da diretoria do Sindicato da Saúde de Bauru que não mediu esforços para bem representar a categoria”, elogia Edison.